|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
País tem "Mães da Praça de Maio'
do enviado especial
A Turquia tem sua versão das
Mães da Praça de Maio. As Mães de
Sábado se reúnem neste dia da semana na praça Galatasaray -que
também dá nome ao time de futebol em que joga o goleiro Taffarel-, em Istambul. Como as argentinas, elas protestam contra o
desaparecimento de seus filhos.
Desde 1990, cerca de 400 pessoas
desapareceram depois de serem
detidas pela polícia na Turquia. O
problema é o mais visível entre as
muitas questões de direitos humanos ainda por resolver no país.
A manifestação ocorre todos os
sábados há cerca de três anos.
"Mas todos os sábados o acesso
ao nosso prédio é bloqueado pela
polícia", diz Erhan Pekçe, advogado das mães que trabalha junto à
Associação de Direitos Humanos.
Os que tentam entrar ou sair do
prédio são detidos e liberados algumas horas depois. Pekçe diz ser
seguido o tempo todo por dois policiais enquanto dura o protesto.
Segundo a organização, a situação de direitos humanos no país
está piorando. O motivo seria,
mais uma vez, a frustração turca
em relação a sua admissão na
União Européia.
O problema mais grave são as vítimas civis do conflito entre o
Exército e os rebeldes curdos do
PKK (Partido dos Trabalhadores
do Curdistão), que lutam pelo estabelecimento de um Estado independente que incluiria o sudeste
da Turquia.
"Não tomamos partido de nenhum lado do conflito, mas de
suas vítimas. O que nos preocupa
são os resultados da guerra", afirma Dogan Genç, membro do conselho da organização. Segundo dados do órgão, o conflito curdo matou, neste ano, 1.903 civis. No ano
passado, foram 2.859 mortes.
A guerra no sudeste também tem
aumentado o êxodo rural, o que
contribui para a ocupação desordenada das cidades.
(PHB)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|