São Paulo, sexta-feira, 02 de janeiro de 2004

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GUERRA SEM LIMITES

Avião da British Airways foi isolado ao chegar a Washington; aeronave do México não pôde ir para os EUA

EUA revistam aviões e cancelam vôos

DA REDAÇÃO

Num momento em que os EUA adotam medidas de segurança cada vez mais rigorosas em relação a vôos internacionais destinados ao país, um avião da British Airways foi isolado ao aterrissar em Washington na noite de Ano Novo, e alguns de seus 247 passageiros foram interrogados.
Além disso, segundo o "New York Times", autoridades americanas obrigaram um avião vindo do México a retornar ao aeroporto de origem porque os passageiros não teriam sido revistados adequadamente.
De acordo com o jornal nova-iorquino, nos últimos dias pelo menos seis outros aviões de linhas internacionais foram submetidos a procedimentos de segurança excepcionais ao chegarem aos EUA.
Na noite de 31 de dezembro, o avião da British Airways (vôo BA 223) foi escoltado por jatos militares quando se aproximava da capital americana. Após aterrissar, por volta das 19h locais (22h em Brasília), a aeronave foi retida a centenas de metros do terminal principal do aeroporto de Dulles.
Agentes americanos interrogaram passageiros e revistaram as bagagens durante quatro horas. Ninguém teria sido detido.
Segundo Rachel Sunbarger, porta-voz do Departamento da Segurança Interna dos EUA, informações de inteligência motivaram a ação. De acordo com o porta-voz do FBI (polícia federal) Debbie Wierman, alguns passageiros "eram sujeitos com quem estávamos interessados em falar".
Ontem, a British Airways cancelou o vôo BA 223 -uma de suas três conexões diárias entre os aeroportos de Heathrow, em Londres, e Dulles, em Washington- por recomendação do governo britânico. Uma porta-voz do Departamento de Transporte negou-se a dizer se havia alguma ameaça específica.
Segundo o "New York Times", nesta semana um avião que viajava do México para os EUA foi obrigado a dar meia-volta após um inspetor de segurança americano baseado no país vizinho ter informado que os passageiros a bordo não haviam sido adequadamente revistados ao embarcar.
O avião teria retornado ao México, e o embarque, refeito. O jornal não divulgou o nome da companhia aérea e o trajeto do vôo.
Já a agência Associated Press disse que o avião era da Aeromexico e nem teria levantado vôo.
No último dia 21, os EUA anunciaram que o país permaneceria em estado de alerta laranja (segundo mais elevado) durante as festas de final de ano devido ao temor de atentados terroristas.
As autoridades estavam preocupadas diante da possibilidade de a rede Al Qaeda, responsável pelos atentados do 11 de Setembro, tentar sequestrar aviões de rotas internacionais.
No dia 24, vôos da Air France para os EUA foram cancelados.
Na última segunda-feira, o Departamento da Segurança Interna americano informou que exigirá a presença de agentes armados em aviões de companhias internacionais destinados a aeroportos nos EUA. A medida será implementada quando houver suspeitas. Se a ordem não for respeitada, os EUA ameaçam impedir a aterrissagem em solo americano.
A decisão foi criticada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), representante de 95% das companhias aéreas internacionais. A Iata sustenta que medidas de segurança rigorosas devem ser implementadas na hora do embarque, mas considera perigosa a presença de agentes armados dentro dos aviões.
A decisão provocou reações diversas por parte das companhias aéreas. Algumas, como a australiana Qantas e a israelense El Al, a aprovaram. Outras, como a Varig, preferiram não comentá-la. Já a russa Aeroflot e a escandinava SAS criticaram a medida.


Com agências internacionais


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