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GUERRA SEM LIMITES
Avião da British Airways foi isolado ao chegar a Washington; aeronave do México não pôde ir para os EUA
EUA revistam aviões e cancelam vôos
DA REDAÇÃO
Num momento em que os EUA
adotam medidas de segurança cada vez mais rigorosas em relação a
vôos internacionais destinados ao
país, um avião da British Airways
foi isolado ao aterrissar em Washington na noite de Ano Novo, e
alguns de seus 247 passageiros foram interrogados.
Além disso, segundo o "New
York Times", autoridades americanas obrigaram um avião vindo
do México a retornar ao aeroporto de origem porque os passageiros não teriam sido revistados
adequadamente.
De acordo com o jornal nova-iorquino, nos últimos dias pelo
menos seis outros aviões de linhas
internacionais foram submetidos
a procedimentos de segurança excepcionais ao chegarem aos EUA.
Na noite de 31 de dezembro, o
avião da British Airways (vôo BA
223) foi escoltado por jatos militares quando se aproximava da capital americana. Após aterrissar,
por volta das 19h locais (22h em
Brasília), a aeronave foi retida a
centenas de metros do terminal
principal do aeroporto de Dulles.
Agentes americanos interrogaram passageiros e revistaram as
bagagens durante quatro horas.
Ninguém teria sido detido.
Segundo Rachel Sunbarger,
porta-voz do Departamento da
Segurança Interna dos EUA, informações de inteligência motivaram a ação. De acordo com o porta-voz do FBI (polícia federal)
Debbie Wierman, alguns passageiros "eram sujeitos com quem
estávamos interessados em falar".
Ontem, a British Airways cancelou o vôo BA 223 -uma de suas
três conexões diárias entre os aeroportos de Heathrow, em Londres, e Dulles, em Washington-
por recomendação do governo
britânico. Uma porta-voz do Departamento de Transporte negou-se a dizer se havia alguma
ameaça específica.
Segundo o "New York Times",
nesta semana um avião que viajava do México para os EUA foi
obrigado a dar meia-volta após
um inspetor de segurança americano baseado no país vizinho ter
informado que os passageiros a
bordo não haviam sido adequadamente revistados ao embarcar.
O avião teria retornado ao México, e o embarque, refeito. O jornal não divulgou o nome da companhia aérea e o trajeto do vôo.
Já a agência Associated Press
disse que o avião era da Aeromexico e nem teria levantado vôo.
No último dia 21, os EUA anunciaram que o país permaneceria
em estado de alerta laranja (segundo mais elevado) durante as
festas de final de ano devido ao temor de atentados terroristas.
As autoridades estavam preocupadas diante da possibilidade
de a rede Al Qaeda, responsável
pelos atentados do 11 de Setembro, tentar sequestrar aviões de
rotas internacionais.
No dia 24, vôos da Air France
para os EUA foram cancelados.
Na última segunda-feira, o Departamento da Segurança Interna
americano informou que exigirá a
presença de agentes armados em
aviões de companhias internacionais destinados a aeroportos nos
EUA. A medida será implementada quando houver suspeitas. Se a
ordem não for respeitada, os EUA
ameaçam impedir a aterrissagem
em solo americano.
A decisão foi criticada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), representante
de 95% das companhias aéreas
internacionais. A Iata sustenta
que medidas de segurança rigorosas devem ser implementadas na
hora do embarque, mas considera
perigosa a presença de agentes armados dentro dos aviões.
A decisão provocou reações diversas por parte das companhias
aéreas. Algumas, como a australiana Qantas e a israelense El Al, a
aprovaram. Outras, como a Varig,
preferiram não comentá-la. Já a
russa Aeroflot e a escandinava
SAS criticaram a medida.
Com agências internacionais
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