Agora com 27 integrantes, bloco recebe ex-comunistas e fecha a última onda de expansão ao leste

Andrei Pungovschi/France Presse

Com bandeira da UE, casal festeja chegada do Ano Novo em Bucareste, a capital romena

Milhões de romenos e búlgaros acordaram ontem pela primeira vez como cidadãos da União Européia (UE), depois de uma noite de fogos de artifícios e festas de rua. Excluídas da primeira expansão do bloco para o Leste Europeu, em 2004, Bulgária e Romênia sentiram-se aliviadas com a inclusão no que analistas dizem ser a última expansão da década.
O acesso das duas nações relativamente pobres e ex-comunistas eleva o número de integrantes da União Européia para 27, dos quais quase metade era de países pertencentes, até 1989, ao antigo bloco comunista europeu.
"A entrada da Bulgária e da Romênia na UE completa nossa quinta rodada de crescimento, que reunificou pacificamente Europa Ocidental e Oriental", disse o presidente da UE, José Manuel Barroso.
Romênia e Bulgária irão juntas acrescentar 30 milhões de pessoas à UE -que agora tem uma população de 490 milhões-, mas representam apenas 1% da economia do bloco.
Nos últimos dois anos, o crescimento da rejeição aos imigrantes nos países da Europa Ocidental fundadores da UE e a desconfiança em relação ao "autoritarismo" e à política econômica liberal de Bruxelas, sede da Comissão Européia, consolidaram dúvidas sobre a continuidade da expansão do bloco. A crise se acentuou depois que franceses e holandeses rejeitaram, em plebiscito, a Constituição da UE.
Na sua última reunião de cúpula, no início do mês, a UE decidiu atrasar, sem prazo, a incorporação da Turquia, país de maioria muçulmana, e das nações dos Bálcãs.
Mas ontem romenos e búlgaros enfrentaram temperaturas congelantes e atravessaram as fronteiras recém-abertas para visitar países vizinhos, como a Hungria e a Grécia. Ao mesmo tempo, as fronteiras com a Turquia, a Sérvia e a Macedônia foram reforçadas.
"Foi um caminho difícil...Agora estamos dando um novo passo, um passo para a vitória e a felicidade", disse o presidente da Romênia, Traian Basescu, a uma multidão de 40 mil pessoas em Bucareste.
"Este é um dia de justiça histórica, porque os búlgaros sempre foram europeus em espírito e identidade", disse o presidente da Bulgária, Georgi Parvanov, em cerimônia militar para 2.000 pessoas.
Romênia e Bulgária receberão o equivalente a US$53 bilhões em fundos de desenvolvimento da UE para melhorar sua infra-estrutura e renovar sua indústria. Embora a economia dos dois países venha crescendo, sua renda per capita é um terço da média na UE.