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Correa enfrenta
ano eleitoral com reservas
em declínio
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Prestes a mergulhar em mais
uma campanha eleitoral, o
Equador, do presidente Rafael
Correa, viu suas reservas internacionais diminuírem 24,6%
desde outubro, quando atingiram o nível mais alto de 2008.
De acordo com o Banco Central do país, as reservas registraram, no fim do ano passado,
US$ 4,9 bilhões. Dois meses antes, alcançaram US$ 6,5 bilhões, nutridas pelos altos preços do petróleo, principal atividade econômica do país. No início de 2008, o Equador contabilizava US$ 3,4 bilhões.
Chamada no país de RMLD
(Reserva Monetária de Livre
Disponibilidade), trata-se de
um conta pela qual o governo
equatoriano paga a dívida externa e utiliza para fazer compras para o setor público.
A maior queda nas reservas
foi sentida há cerca de quatro
semanas, quando o governo
Correa anunciou a intenção de
declarar moratória em cerca de
US$ 3,9 bilhões da dívida externa (40% do total).
A decisão fez o risco-país
equatoriano disparar, incentivando a fuga de capitais. A
agência de classificação Standard & Poor's, por exemplo,
deu a pior nota a um país latino-americano logo após o
anúncio de moratória.
Outro problema para o governo é a previsão de aumento
dos gastos públicos com a aprovação em setembro, via referendo, da nova Constituição,
que prevê a universalização do
ensino superior gratuito, entre
outros novos custos.
Na primeira versão do Orçamento de 2009, aprovada em
setembro e calculada com a
previsão do barril de petróleo a
US$ 85, já havia uma estimativa
de que o déficit seria de US$ 2,3
bilhões. O valor atual do barril
está em menos da metade.
Analistas afirmam que Correa usará as reservas internacionais para postergar medidas
até depois de 26 de abril, quando haverá nova eleições presidenciais, conforme prevê a nova Constituição. E, caso haja
um segundo turno (hoje improvável), o novo presidente só será escolhido em junho.
Relatório recente da Cepal
(Comissão Econômica para
América Latina e Caribe, vinculada à ONU) prevê que a economia equatoriana deva sofrer
uma forte desaceleração neste
ano, com um crescimento de
apenas 2% do PIB. Em 2008, a
expansão, impulsada pelo alto
preço do petróleo, está estimada em 6,5%.
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