São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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Colômbia lança novo plano para combater repique de violência

Piora na área acendeu alerta no governo; campanha eleitoral começa sem definição da candidatura Uribe

DA REDAÇÃO

Para afrontar a atual alta de índices de violência em grandes cidades colombianas, o governo Álvaro Uribe anunciou ontem que redistribuirá 36 mil policiais, priorizando as zonas com maiores índices de criminalidade. O novo esquema de policiamento deve começar a ser implementado na capital Bogotá, em Medellín (segunda maior cidade do país) e em ao menos mais dois municípios.
A informação é do comandante da Polícia Nacional, general Oscar Naranjo, que classificou o ano de 2009 como "uma quebra na tendência" de diminuição dos índices de delinquência -homicídios, roubos, sequestros- no país.
Naranjo citou alta de assassinatos em Medellín -cresceram 34% em 2009 se comparados a 2008. A cidade, no noroeste, é considerada uma vitrine da queda de violência especialmente por conta de políticas municipais que combinam policiamento ostensivo, programas sociais e de intervenção urbana que hoje inspiram ações nas favelas cariocas.
Segundo Naranjo, a redistribuição dos policiais seguirá mapeamento da criminalidade concluído recentemente pelo governo, seguindo modelo que identifica "quadras violentas" -podem ser quadras propriamente ou zonas maiores- usado na França e no Chile.
Bogotá diz que o repique de violência se deve à disputa entre novos grupos pelo micronarcotráfico nas cidades. Analistas veem também os limites da política de segurança de Uribe: falha na execução do plano de desmobilização de grupos paramilitares, em 2005, com índices altos de reincidência e impunidade; e corrupção nas forças de segurança.
A boa performance na área de segurança -tanto na ofensiva contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) como na queda da criminalidade urbana- é um dos pilares da aprovação em torno de 70% de Uribe. Sua gestão, porém, acumula críticas de ONGs de direitos humanos.
Os números de violência acenderam o alerta do governo no momento em que começa a campanha eleitoral e quando a candidatura do presidente a um terceiro mandato -possibilidade vetada pela Constituição- ainda depende que uma decisão judicial autorize a realização de um referendo para mudar a legislação.
Ontem, Uribe usou uma metáfora militar para se esquivar de responder se tentará ficar 12 anos no poder. "Lutarei por minha pátria em qualquer trincheira". A Colômbia escolherá legisladores em março e o novo presidente, em maio.


Com agências internacionais


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