São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2011

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Dior demite Galliano após declarações de antissemitismo

Estilista, que já havia sido suspenso após briga em bar, apareceu em vídeo de 2010 dizendo que "ama Hitler"

Um dos principais nomes da moda em atividade, ele era diretor criativo da maison desde 1996


VIVIAN WHITEMAN
EM PARIS

John Galliano, 50, considerado um dos maiores estilistas em atividade, foi demitido ontem pela grife francesa Dior e deixou a moda em estado de choque. Ele era diretor criativo da maison desde 1996.
Galliano já estava suspenso, após se envolver numa briga em um bar parisiense e ter sido acusado de ofender uma mulher com comentários antissemitas. Porém a gota d'água foi a divulgação de um vídeo, de 2010, em que o estilista, visivelmente alcoolizado, diz, entre outras coisas, "Eu amo Hitler".
No que parece uma briga com uma mulher, ele diz que se Hitler tivesse sido "bem-sucedido" ela não existiria, porque seus antepassados teriam sido "gassed" (mortos nas câmaras de gás nazistas).
A Dior divulgou comunicado de repúdio aos comentários "odiosos" do designer e anunciou sua demissão. A carta dizia que o comportamento de Galliano é incompatível com todos os valores da marca.
A atriz Natalie Portman, que levou o Oscar pela atuação em "Cisne Negro", divulgou um comunicado condenando o estilista e dizendo que, "como alguém que tem orgulho de ser judia", não quer ter sua imagem ligada à dele. Garota-propaganda do perfume Miss Dior Chérie, ela cogitou rescindir o contrato.
Comentários de bastidores dão conta de que Galliano deverá se internar numa clínica de reabilitação para viciados em álcool e drogas nos próximos dias.
Outros rumores envolvem a top Kate Moss, que é amiga íntima de Galliano e escolheu o estilista para fazer o vestido de seu casamento, em julho próximo. Ela teria sido aconselhada por seus empresários a rever a escolha, mas ainda não se pronunciou sobre o caso.
Antes da divulgação do vídeo, os estilistas Giorgio Armani e Stefano Gabbana saíram em defesa do colega, alegando que o episódio do bar ocorrera porque ele estaria passando "por um momento difícil". Depois do vídeo, Gabbana tuitou: "A moda precisa de novas grifes e de novos designers".
A editora Hilary Alexander, do "Telegraph", provocou furor ao defender o estilista. Ela escreveu que, apesar do comportamento "indesculpável", Galliano precisa "do amor da indústria à qual dedicou a vida".
Jornais franceses, como o "Monde", e grandes sites de moda estão dedicando a Galliano retrospectivas nos moldes das feitas por ocasião da morte de um grande nome ou em datas comemorativas.
A Dior vai manter o desfile na semana de moda parisiense, que começou ontem, com a última coleção de Galliano.
Riccardo Tisci, da Givenchy, é dado como substituto de Galliano na Dior.

Colaborou BRUNO GHETTI


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