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IRAQUE OCUPADO
General anuncia caçada aos responsáveis pela morte "bestial" de quatro civis americanos em Fallujah
EUA prometem vingança "arrasadora"
DA REDAÇÃO
As forças de ocupação dos EUA
no Iraque prometeram ontem
uma resposta "arrasadora" ao assassinato brutal de quatro civis
americanos em Fallujah (55 km a
oeste de Bagdá) anteontem e prometeram "caçar" seus autores.
Marines se posicionaram nas
imediações de Fallujah, um dos
bastiões da insurgência anti-EUA
no Iraque ocupado.
"As forças de coalizão vão responder. Elas vão caçar as pessoas
responsáveis por esse ato bestial",
disse o general Mark Kimmitt, vice-diretor de operações do Exército americano no Iraque. "[A resposta] acontecerá no momento
que escolhermos. Será metódica,
precisa e arrasadora", afirmou.
Os civis americanos, que estavam no país a trabalho, tiveram
seus carros emboscados e foram
mortos a tiros por insurgentes.
Em seguida, os corpos foram arrastados por habitantes da cidade,
mutilados e pendurados numa
ponte sobre o rio Eufrates.
Em folhetos distribuídos em Fallujah, ontem, o até agora desconhecido "Brigadas do Mártir Ahmed Yassin" assumiu a autoria
das mortes, como resposta ao assassinato, na semana passada, do
fundador e líder espiritual do grupo terrorista palestino Hamas pelo Exército de Israel. Não foi possível verificar a autenticidade da
reivindicação.
Fallujah -localizada no chamado Triângulo Sunita, um dos
principais focos de resistência à
ocupação dos EUA e de apoio ao
antigo regime do ex-ditador Saddam Hussein- permanecia calma ontem, mas moradores advertiram que mais mortes devem
ocorrer.
"Os americanos devem imaginar que o que aconteceu foi algo
fora do normal, mas, na verdade,
é o que deveriam esperar. Eles
surgem de repente e atiram contra civis. Por que não deveriam ser
mortos?", disse o comerciante
Amir.
Há um ano, tropas americanas
dispararam contra manifestantes
em Fallujah e mataram 15 pessoas. Outras mortes ocorreram
desde então, e a população local
acusa os soldados americanos de
usar força excessiva e atirar a esmo ao reprimir protestos.
Um membro do Conselho de
Governo Iraquiano disse que os
responsáveis pelo ataque de anteontem representavam uma pequena minoria, mas sugeriu aos
EUA que pensassem cuidadosamente na resposta que pretendem
dar.
"Os atos que nós vimos são desprezíveis e indesculpáveis. Violam os princípios de todas as religiões, inclusive do islamismo, assim como as fundações da sociedade civilizada", disse Paul Bremer, o administrador dos EUA no
Iraque. "As mortes não ficarão
impunes", afirmou.
Feira cancelada
A violência em Fallujah aumentou ainda mais a preocupação de
organizações e companhias internacionais que atuam no Iraque.
Ontem, uma feira de negócios patrocinada pelos EUA em Bagdá
foi adiada.
Organizadores da Bagdá Expo,
que teria início na segunda-feira,
anunciaram ontem o adiamento
do evento. Não foi marcada uma
nova data.
Foi uma má notícia para os esforços americanos em atrair investimento estrangeiro para a reconstrução do Iraque e projetar a
imagem de um país estável e interessante comercialmente.
Os EUA esperam que o crescimento econômico ajude a minar a
insurgência iraquiana, mas, até o
momento, a reconstrução tem sido prejudicada pela falta de segurança e de estabilidade em algumas partes do país.
Ontem, insurgentes detonaram
uma bomba em uma estrada perto de Fallujah no momento em
que um comboio militar americano passava. Três soldados ficaram
feridos. Anteontem, cinco soldados americanos haviam sido
mortos num ataque semelhante
na mesma área.
Em Basra, cidade de maioria xiita (550 km ao sul de Bagdá), pelo
menos um iraquiano morreu em
conflito com a polícia iraquiana
durante protesto contra a falta de
empregos. Basra, a segunda cidade mais importante do país, é
controlada pelas forças de ocupação britânicas.
Em março, 50 soldados americanos morreram no Iraque, de
acordo com o Pentágono. Foi o
segundo mês mais letal para os
EUA desde que, em 1º de maio de
2003, o presidente George W.
Bush anunciou o fim dos principais combates no país.
O mês com maior número de
mortos americanos foi novembro
(82). Pelo menos 407 soldados
dos EUA foram mortos em ação
desde o início da Guerra do Iraque, em 20 de março do ano passado. Não há totalização oficial
dos iraquianos mortos.
Com agências internacionais
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