São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2004

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RACISMO

Entidade judaica reage à omissão de atos praticados por muçulmanos

Judeus criticam relatório da UE

DA REDAÇÃO

O Congresso Judaico Europeu (CJE) criticou anteontem as conclusões de um estudo divulgado pelo Centro Europeu de Monitoramento de Racismo e Xenofobia no mesmo dia. O relatório indicou o aumento de incidentes anti-semitas e apontou como principais responsáveis os grupos de jovens brancos de extrema direita.
Embora tenha reconhecido os "imensos esforços" da entidade ligada à União Européia, o presidente do CJE, Cobi Bennatoff, declarou que os atos explícitos de anti-semitismo partem sobretudo de imigrantes muçulmanos de origem norte-africana e de simpatizantes da causa palestina.
Serge Cwajgenbaum, secretário do CJE, disse que o estudo estava "cheio de contradições" e demonstrava falhas importantes ao não identificar com precisão os autores de ofensas e atentados.
A controvérsia acabou por comprometer a credibilidade do estudo, visto por entidades judaicas como "politicamente correto" ao supostamente diluir a responsabilidade de extremistas muçulmanos em ações contra judeus, suas sinagogas e cemitérios.
O fato é que coincidem sobre o aumento do anti-semitismo tanto o relatório da entidade européia quanto um estudo encomendado pela comunidade judaica a um centro de estudos de Berlim. Mas este aponta uma responsabilidade maior dos norte-africanos.
Há na Europa 1,2 milhão de judeus. Nos últimos três anos, incidentes que os envolveram cresceram na Bélgica, na Holanda, na França, no Reino Unido e na Alemanha. Nos dez outros atuais países da UE, os incidentes declinaram ou foram menos relevantes.
Segundo Beate Winkler, do Centro de Monitoramento, na França os incidentes anti-semitas em 2002 foram seis vezes mais numerosos que no ano anterior. Em 2002, dos 313 incidentes racistas, 193 tiveram alvos judaicos.
No Reino Unido, no primeiro trimestre do ano passado, os incidentes cresceram 75% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na Alemanha, o aumento foi de 69%, entre 1999 e 2000. Em 2001 foram 18 casos, que cresceram para 28 no ano seguinte.


Com agências internacionais


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