São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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Premiê israelense convida árabes para conferência de paz

Anúncio inesperado ocorre durante entrevista coletiva de Ehud Olmert com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Jerusalém

Convite é uma resposta a plano de paz da Arábia Saudita, pelo qual árabes reconheceriam Israel em troca de retirada de tropas

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, convidou ontem líderes árabes para participar de uma conferência regional de paz.
O inesperado convite surgiu numa entrevista coletiva que Olmert dava com Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, país que atualmente ocupa a presidência rotativa da União Européia (UE). Merkel faz um tour pelo Oriente Médio.
"Quero aproveitar a importante ocasião de estar com a presidente da UE para convidar todos os chefes de Estado árabes, incluindo o rei da Arábia Saudita, para um encontro", disse Olmert, acrescentando que cada parte deveria levar suas exigências, mas nenhuma deveria procurar ditar os termos do diálogo.
Olmert afirmou também que "se o rei saudita patrocinar um encontro de [líderes árabes] moderados e convidar a mim e ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, ficarei feliz em comparecer e apresentar nosso ponto de vista".
Na semana passada, numa reunião de cúpula na Arábia Saudita, a Liga Árabe voltou a aprovar o plano de paz apresentado pelos sauditas em 2002 que oferece a Israel reconhecimento por parte dos países árabes em troca da retirada dos exércitos israelenses de todos os territórios conquistados em 1967 e de uma "solução justa" para o problema dos refugiados palestinos.
Olmert deu boas vindas à decisão, afirmando que ela revela uma mudança na forma como os países árabes vêem Israel, mas disse que não aceita todas as partes do plano saudita.

Restrições
Israel tem pelo menos duas importantes restrições à proposta árabe. Diz que, por razões demográficas, não pode conceder aos refugiados e seus descendentes o direito de retorno e pretende ainda manter pelo menos dois assentamentos judaicos na Cisjordânia. Diplomatas haviam afirmado antes do anúncio do convite que os EUA e o Egito estavam pressionando Israel para iniciar o quanto antes conversações com um bloco de países árabes.
Numa série de entrevistas publicadas neste fim de semana, Olmert já havia dito que era favorável a negociações diretas com a Arábia Saudita. Não havia chegado, porém, a lançar um convite aberto.
Olmert também negou rumores de que Israel planeja uma ofensiva conjunta, na qual os EUA atacariam o Irã e Israel se encarregaria da Síria e do Líbano. O premiê classificou tal idéia como "sem fundamento".


Com agências internacionais


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