São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2010

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Medvedev promete ser cruel com terroristas

Presidente russo vai ao Daguestão, de onde teriam partido mulheres que cometeram ataques em Moscou

France Presse
Parentes participam, em igreja de Moscou, de velório das vítimas dos atentados que mataram 39 pessoas no metrô da capital russa

DA REDAÇÃO

Em visita ao norte do Cáucaso, foco de movimentos insurgentes como o que assumiu a autoria dos atentados que mataram 39 em Moscou na segunda, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, fez ontem duras ameaças aos terroristas. Em Makhachkala, a capital de uma das repúblicas da região, o Daguestão, palco de outro ataque anteontem, Medvedev exortou as forças de segurança a usar medidas "mais cruéis" na luta à "escória" responsável pelos recentes ataques.
"Precisamos dar punhaladas precisas nos terroristas, destruí-los, destruir suas tocas. Nós já arrancamos as cabeças dos mais odiosos bandidos, porém, claramente, não foi o suficiente. Neste caso, nós os encontraremos e os puniremos."
Medvedev também defendeu que "os países que lutam atualmente contra o terrorismo devem decidir os métodos aceitáveis" na luta antiterror.
Enquanto o presidente realizava sua visita, uma explosão matou duas pessoas e deixou uma terceira ferida no distrito de Khasaviurt, também no Daguestão. Para a polícia, eram militantes com uma bomba que explodiu antes de que pudessem atingir seu objetivo.
O linguajar de Medvedev evocou o ex-presidente e atual premiê Vladimir Putin, que, no dia seguinte ao atentado a duas estações do metrô de Moscou, disse ser "questão de honra para as forças de segurança arrastá-los [os terroristas] dos esgotos à luz do dia".
Putin viajou ontem à Venezuela, onde se encontrará com o presidente Hugo Chávez e com o boliviano Evo Morales.
Os ataques ao metrô de Moscou -feitos por duas mulheres-bomba- foram os piores em seis anos e levaram à elite a violência da insurgência islâmica que cresceu no norte do Cáucaso na última década, após a luta liderada por Putin contra o separatismo tchetcheno. O rebelde tchetcheno Doku Umarov assumiu anteontem a autoria da ação em Moscou. O seu grupo, Emirado do Cáucaso, quer a união das repúblicas da região, inclusive Tchetchênia e Daguestão, num Estado islâmico.
O diretor do FSB (ex-KGB soviética), Alexander Bortnikov, disse a Medvedev ontem que os organizadores do ataque em Moscou foram identificados e alguns já foram presos, sem especificar quantos. Fontes da investigação disseram à mídia local que as mulheres-bomba chegaram a Moscou num ônibus saído de Kizliar, no Daguestão, onde, anteontem, nova ação suicida matou 12.
Com agências internacionais


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