DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de brasileiros com suspeita de gripe A(H1N1) subiu ontem de 4 para 7, disse o Ministério da Saúde. São 3 em Minas Gerais, 2 em São Paulo, 1 no Espírito Santo e 1 no Rio.
Eles atendem a duas condições: febre repentina de mais de 38C e tosse; e ter retornado de um país com caso confirmado há até dez dias ou tido contato com pessoa nessa condição.
Outras 41 pessoas que estiveram em áreas afetadas e têm algum dos sintomas estão sendo monitoradas. Já foram descartados 17 casos até agora.
O governo mineiro decretou situação de emergência no Estado. A medida tem como objetivo eliminar burocracias para eventuais ações futuras no caso da confirmação de algum caso.
A confirmação ou não dos casos deverá demorar pelo menos uma semana, já que só na última quarta-feira o Brasil obteve acesso ao sequenciamento genético que permitirá o exame.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse ontem que planeja realizar encontro, se possível na próxima semana, com os seus pares da América do Sul para elaborar estratégia conjunta de combate à gripe.
Para Temporão, a chegada do vírus ao Brasil é inevitável.
Apesar da preocupação com o avanço da doença, o ministro disse que o país não restringirá voos e a circulação de pessoas.

Tratamento
O Ministério da Saúde diz ter remédio suficiente para tratar 12,5 mil pessoas. Segundo Temporão, há matéria-prima para a produção de 9 milhões de tratamentos a qualquer momento pelos laboratórios oficiais.
Anteontem, o ministério encaminhou remessas de 20 tratamentos da gripe suína a cada um dos Estados brasileiros. O medicamento fosfato de oseltamivir (um dos nomes comerciais é o Tamiflu) está estocado em local de segurança nacional.
A matéria-prima permanece acondicionada em tonéis e só pode ser transformada em cápsulas pela rede de laboratórios oficiais do Brasil, no laboratório de Farmanguinhos (Rio de Janeiro) e em laboratórios da Marinha e do Exército.
O governo brasileiro também adquiriu do laboratório produtor (Roche) 6.250 tratamentos adultos e 6.250 pediátricos. Foram enviados 200 tratamentos para São Paulo e 200 para o Rio.
Um grupo de cientistas americanos começou nesta semana a estudar a reação dos suínos à nova variante do vírus e a chance de vacinas anteriores evitarem a doença nos animais.
Esse trabalho, desenvolvido no Centro Nacional de Doenças Animais dos EUA, tem a participação da pesquisadora brasileira da Embrapa Janice Zanella. Ela acredita que será preciso pelo menos um mês para chegar aos primeiros resultados sobre a reação dos animais.


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