São Paulo, sábado, 02 de maio de 2009

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Democrata fará juiz do Supremo após 15 anos

DA REDAÇÃO

A Suprema Corte dos Estados Unidos receberá um juiz, ou juíza, indicado pelo presidente Barack Obama, após 15 anos sem nomeações democratas. A aposentadoria do progressista David Souter, em junho, não deve alterar o balanço de poder no tribunal, mas é o primeiro teste dos planos de Obama para o Judiciário.
Com apenas uma juíza entre os nove magistrados do tribunal, é provável a indicação de uma mulher. O nome precisa do endosso do Senado, mas a ampla maioria facilita a aprovação da escolha do democrata.
Obama disse que o sucessor de Souter será alguém "independente". "Ele ou ela" deve entender os valores constitucionais e o impacto da Justiça na vida das pessoas, afirmou o presidente, que lecionou Direito Constitucional na Universidade Harvard. Fiel a sua retórica conciliadora, ele prometeu consultar opositores sobre a escolha, alvo de escrutínio.
Indicações para a Suprema Corte são fontes duradouras de influência dos presidentes americanos. As duas nomeações no segundo mandato de George W. Bush deram aos conservadores maioria no tribunal, que tem a palavra final em temas polêmicos e julga litígios entre os Estados e a União.
Os nove magistrados do Supremo frequentemente se dividem em 5-4 nas votações. Com a polarização, muitas vezes cabe ao juiz Anthony Kennedy, conservador moderado indicado pelo republicano Ronald Reagan, o voto decisivo.
Sub-representadas no tribunal, mulheres dominam a lista de prováveis sucessores. Única juíza na Suprema Corte, a feminista Ruth Bader Ginsburg, 76, passou em fevereiro por uma cirurgia devido a um câncer.
A juíza federal Sonia Sotomayor, 54, que se tornaria a única hispânica na Corte, está entre as mais cotadas. Considerada progressista moderada, ela tem posições próximas às de Souter, indicado por um republicano, mas próximo à ala progressista do tribunal.
A lista inclui Elena Kagan, nomeada procuradora geral por Obama; Kathleen Sullivan, da Universidade Stanford; e as juízas Diane Wood e Kim Wardlaw. As governadoras Christine Gregoire (Washington) e Jennifer Granholm (Michigan) estão entre as cogitadas.
Amigo de Obama e primeiro governador negro de Massachusetts, Devon Patrick é um dos poucos homens citados pela imprensa americana.


Com o "New York Times" e agências internacionais

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