São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Vítimas de tornados tentam salvar bens

No Estado americano do Alabama, moradores acreditam que número de mortos é maior do que o divulgado

Até agora, o total de vítimas fatais passa de 350, a maior tragédia natural desde o furacão Katrina, há seis anos

ÁLVARO FAGUNDES
ENVIADO ESPECIAL A TUSCALOOSA (ALABAMA)

Mais de três dias depois de uma série de tornados ter devastado a cidade americana de Tuscaloosa (Alabama), muitos moradores ainda visitavam os escombros em que se transformaram suas casas, na esperança de recuperar seus bens.
Para vários deles, a expectativa é que ontem fosse o último dia para encontrar o que o vento deixou, já que a previsão é que hoje haja tempestades isoladas.
Era o que fazia Daniel Zimmerman, morador da área de Alberta, a mais atingida da cidade. Acompanhado de três filhas e do genro, ele disse que tinha achado algumas roupas e o laptop da sua mulher no lugar onde ele diz que morava.
É difícil acreditar que ali havia uma casa. Nada restou, apenas pedaços de madeira, árvores caídas e sete carros destruídos -na hora do tornado, na quarta à noite, 14 pessoas estavam na casa.
"Na hora, ouvimos um estrondo, e logo depois as paredes começaram a tremer, as janelas quebraram e começaram a voar pregos. Não sei como a gente saiu de lá só com arranhões", disse Zimmerman, que está morando agora na casa de uma filha.
A destruição da casa dos Zimmerman não é exceção. Grande parte das residências de Alberta -uma das áreas mais pobres de Tuscaloosa- é de madeira e foi simplesmente levada pelo tornado da categoria EF4 (a segunda mais devastadora, com ventos de 265 km/h a 320km/h).
Quem anda pela região vê pedaços de madeira e zinco por todos os lados, árvores destruídas e um cheiro que mais parece o dos aterros sanitários brasileiros.
As casas que aguentaram melhor na área de Alberta foram as de alvenaria (raras) ou nas zonas mais altas, que não foram tão atingidas pelos ventos, como a de Tamise Clements.
Ainda assim, ela conta que os ventos foram "horríveis, apavorantes". Clements e os quatro filhos estão com amigos, já que não há eletricidade, nem gás, nem certeza se a estrutura foi abalada.
Ela, como vários outros moradores, não acredita que 39 pessoas tenham morrido na cidade. Para eles, o número é muito maior. A prefeitura estima que 455 pessoas estejam desaparecidas e há mais de mil feridos.
Tuscaloosa foi visitada na sexta-feira pelo presidente Barack Obama e é considerada um dos símbolos da destruição provocada pelos tornados que passaram pelo Sul dos EUA na semana passada.
Estima-se que eles tenham matado aos menos 350 pessoas, mais de dois terços delas no Alabama -o quinto Estado com a menor renda dos EUA.


Texto Anterior: Israel retalia os palestinos e bloqueia repasse de recursos
Próximo Texto: Rede de voluntários auxilia desabrigados
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.