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Ditador da Coreia do Norte nomeia caçula seu sucessor
Mensagem foi enviada a missões do país no exterior, diz imprensa da Coreia do Sul
Jornais dizem que e-mail foi enviado após teste nuclear do mês passado; Pyongyang prepara disparo de míssil capaz de chegar ao Alasca
DA REDAÇÃO
O regime do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, enviou mensagem a todas as missões diplomáticas do país no
exterior anunciando a escolha
do seu filho caçula, Kim Jong-un, 26, à sua sucessão, noticia
hoje a imprensa sul-coreana.
"Foi confirmado por meio de
vários canais que a Coreia do
Norte enviou e-mails a missões
pedindo lealdade a Kim Jong-un", informou o jornal "Dong-a
Ilbo", citando fonte anônima.
A informação foi veiculada
também pela agência de notícias Yonhap e pelo "Hankook
Ilbo", que a atribuiu ao serviço
secreto sul-coreano. A agência
de Inteligência disse, porém,
não poder confirmar a notícia.
Nenhum dos órgãos que a divulgaram trouxeram detalhes a
respeito de quando a substituição do atual ditador por seu filho ocorreria.
Procurada pela Folha, a Embaixada da Coreia do Norte no
Brasil não confirmou o recebimento da mensagem.
Kim, 67 e desde 1994 no poder, teria sofrido um derrame
em agosto de 2008 e estaria em
frágil estado de saúde. Desde
então, cresceram as especulações sobre sua sucessão.
A imprensa sul-coreana diz
que a mensagem foi enviada logo após a realização do teste
nuclear do último dia 24 (manhã local do dia 25), o segundo
da história da Coreia do Norte
e pivô da recente crise regional.
Especialistas acreditam que
o teste e o endurecimento nas
relações com o Grupo dos Seis
(EUA, China, Rússia, Japão,
Coreia do Sul e Coreia do Norte), Washington à frente, façam
parte do esforço de Kim para
aplacar pressões da linha dura
interna e manter o controle sobre sua sucessão.
Recentemente, a imprensa
sul-coreana vinha noticiando
também um movimento de eliminação da ala "liberal" do regime, e já apontava Jong-un
como favorito a perpetuar a família à frente da Coreia do
Norte pela terceira geração.
Kim Il-sung, pai de Jong-il e
fundador da República Democrática Popular da Coreia, morreu em 1994, aos 82 anos.
Sobre o futuro líder do regime norte-coreano, sabe-se que
estudou na Suíça com identidade falsa, fala inglês e aprecia
música ocidental e basquete,
segundo o jornal espanhol "El
País". Jong-un é tido ainda como dotado de capacidade de liderança e parecido com o pai
no estilo de exercê-la.
Em abril, ele havia sido indicado para a Comissão Nacional
de Defesa como instrutor de
baixo nível, segundo o jornal.
Jong-il tem ainda dois outros
filhos. O mais velho deles, Kim
Jong-nam, 38, foi durante muito tempo considerado o seu sucessor natural. Isso, porém, até
ser detido no Japão em 2001
com passaporte da República
Dominicana quando tentava
visitar um parque de diversões
no estilo "Disney" em Tóquio.
Kim Jong-chol, 29, o filho do
meio, é considerado "afeminado" pelo pai, segundo livro de
um dissidente norte-coreano.
Míssil balístico
Também segundo a imprensa sul-coreana, a Coreia do
Norte transportou para a base
de lançamento seu míssil de
longo alcance mais avançado
entre domingo e ontem e pode
lançar o projétil, capaz de atingir o território americano do
Alasca, na próxima semana.
Pyongyang tem realizado
exercícios navais na sua costa
leste, em áreas próximas à fronteira marítima com a Coreia do
Sul, até hoje disputada pelos vizinhos. Na última década, em
pelo menos dois episódios escaramuças fizeram vítimas.
A Coreia do Norte ameaça
adotar medidas de "autodefesa" caso o CS (Conselho de Segurança) da ONU decida adotar
novas sanções contra o país em
retaliação à realização de um
teste nuclear há nove dias.
A detonação do artefato, que
viola resolução do CS e tem potência estimada em cinco vezes
à da explosão de 2006, provocou reprovação internacional
unânime. Na semana passada,
Pyongyang invalidou armistício de 1953 com Seul.
Com agências internacionais
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