São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2011

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Brasil quer maior papel latino no FMI

Cobrança foi feita ao mexicano Agustín Carstens, segundo candidato à chefia do Fundo a buscar apoio no país

Mas governo brasileiro ainda não decidiu quem vai endossar; ministra da Finanças francesa Lagarde é hoje favorita


LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O Brasil quer aumentar a participação de latino-americanos na direção do Fundo Monetário Internacional.
O apoio ao pleito é um dos requisitos na escolha do candidato que o país apadrinhará na disputa pelo cargo de diretor-gerente do FMI, vago desde a renúncia de Dominique Strauss-Kahn em meados de maio, após ser acusado de tentar estuprar uma camareira em Nova York.
Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) recebeu o presidente do Banco Central mexicano e postulante ao cargo, Agustín Carstens, segundo candidato a pedir o apoio do Brasil. Na segunda, a ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, também pretendente, reuniu-se com o brasileiro.
"Queremos, sim, uma participação maior nos cargos de direção do Fundo porque isso daria um protagonismo maior para os países latino-americanos e emergentes de modo geral", disse Mantega.
Se Lagarde prometeu dar continuidade às reformas iniciadas no FMI, a preocupação de Carstens foi mostrar que ele compartilha as mesmas opiniões do Brasil.
O mexicano referendou o pedido de maior representação e participação acionária de emergentes no órgão e apoiou questões de política econômica defendidas pelo Brasil, como a acumulação de reservas em moedas estrangeiras e a possibilidade de medidas para controlar a entrada de capitais pelos países em desenvolvimento.
"Concordo com o ministro que o Fundo Monetário tem que ter uma atitude flexível quanto às políticas econômicas adotadas pelos diferentes países", afirmou.
Apesar dos pontos em comum, Mantega disse que o Brasil ainda não decidiu qual candidato apoiará. Até o dia 10, novos postulantes poderão apresentar candidatura.
O secretário de assuntos internacionais da Fazenda, Carlos Conzendey, disse à Folha que o governo brasileiro consultará outros países, sobretudo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), antes de apresentar o apoio a um dos candidatos, o que não deve ser feito de forma ostensiva.
"Não pretendemos fazer campanha contenciosa ou vetando um ou outro candidato. O fato é que ter dois candidatos é muito positivo porque obriga os candidatos a saírem da toca e a dizerem a que vieram", afirmou.

APOIO
Carstens afirmou que tem chances de ser o escolhido e disse estar recebendo apoio informalmente de vários países, principalmente os latino-americanos.
Ele pediu que a diretoria do fundo tenha "mente aberta" para aceitar um mexicano. "Tenho os méritos, as habilidades e a experiência para ser diretor-gerente", disse.


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