São Paulo, quarta, 2 de julho de 1997.



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ORIENTE MÉDIO
Pôster retratando Maomé como porco irrita palestinos; 37 ficam feridos
Cartaz causa novo tumulto em Hebron

das agências internacionais

Palestinos e israelenses voltaram a se enfrentar ontem em Hebron, sul da Cisjordânia. Dessa vez, dois soldados de Israel e 35 palestinos ficaram feridos.
Os choques recomeçaram com intensidade revigorada no sábado depois que os palestinos viram pôsteres que associavam o profeta muçulmano Maomé à imagem de um porco -um animal sujo para árabes e judeus, que proíbem a ingestão de sua carne.
Assentamentos
Os choques em Hebron, uma cidade controlada parcialmente pelos palestinos, são constantes e refletem a atual crise por que passa o processo de paz no Oriente Médio.
Há três meses e meio, quando o governo do premiê Binyamin Netanyahu, sustentado por uma coalizão religiosa ortodoxa, iniciou a construção de assentamentos em Jerusalém oriental, as negociações entre palestinos e israelenses estão paralisadas. Os palestinos pretendem fundar a capital de um eventual Estado seu no leste de Jerusalém e exigem o congelamento da construção como condição para retomar o processo de paz.
O governo de Netanyahu, porém, tomou ontem medidas que podem ampliar ainda mais a crise -ontem, uma comissão de assuntos fiscais aprovou proposta do premiê e estabeleceu política fiscal de favorecimento aos assentamentos judaicos instalados na Cisjordânia.
Crise interna
O conturbado governo Netanyahu se depara com dificuldades cada vez maiores para sobreviver no poder. Além da impopularidade (uma recente pesquisa revelou que quase 75% dos israelenses querem mudanças no poder), a coalizão governista enfrenta divisões internas que ameaçam a base parlamentar do premiê.
No último capítulo da crise, o chanceler de Israel, David Levy, ameaça abandonar o governo se o premiê incluir o radical de direita Ariel Sharon nas negociações com os palestinos, atualmente a cargo de Levy e do chefe da Defesa, Yitzhak Mordechai.
Ontem, Netanyahu afirmou que iria "se reunir com o chanceler e determinar as medidas necessárias para que o governo funcione".



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