do enviado especial

O comércio do Brasil com parceiros asiáticos já representa 20% da pauta comercial, e, depois de anos, o governo tem uma agenda especial para tratar com a região, afirmou ontem em Hong Kong o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, logo depois de inaugurar o Comitê de Cidadãos Brasileiros em Hong Kong e Macau.
A lista de encontros, atividades e interesses do Brasil na Ásia vem crescendo nos últimos anos. Ainda segundo Lampreia, o presidente Fernando Henrique Cardoso adotou posições mais ousadas nas relações diplomáticas com a região, atuando com mais vigor na questão dos direitos humanos na China e na Indonésia.
FHC foi ainda o primeiro presidente brasileiro a visitar a Malásia e estreitou as relações comerciais com a China.
Em visita a Hong Kong, cuja devolução à China o ministro avalia como o mais importante acontecimento histórico deste final de século, Lampreia encontrou-se com Dato Ajit Singh, o secretário da Asean (Associação dos Países do Sudeste Asiático), com o chanceler da Indonésia, Ali Alatas, e com o novo governador de Hong Kong, Tung Chee-hwa.
Lampreia disse que apesar da brevidade do encontro, sentiu uma enorme receptividade das autoridades chinesas, fruto de um relacionamento cada vez mais estreito nas áreas comercial, de tecnologia de satélites e de energia elétrica.
Mercado
O governo de Pequim está em fase de licitação para as turbinas da usina das Três Gargantas, a maior do mundo, e empresas brasileiras disputam esse mercado.
A Eletrobrás recebeu dezenas de missões técnicas chinesas nos últimos meses.
Lampreia disse que o Brasil tem interesse em participar da Apec (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) e que, embora o organismo esteja no momento evitando a filiação de novos membros, seus integrantes sabem do interesse brasileiro e são simpáticos à idéia.
Em setembro ocorre em Santiago, no Chile, uma reunião do conselho da entidade, e o Brasil terá observadores presentes à reunião. Em novembro, o país terá sua segunda reunião formal com a Asean, em Kuala Lumpur.
Finalmente, o governo brasileiro estará nomeando nas próximas semanas um Conselho de Sábios para tratar das relações com a Coréia do Sul, seguindo a prática sugerida pelos próprios sul-coreanos de reunir pessoas mais experientes com o objetivo de formular políticas para a região.



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