São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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ÁSIA CENTRAL

Violência volta a adiar a eleição no Afeganistão

DA REDAÇÃO

Previstas para setembro, as eleições no Afeganistão, que já haviam sido adiadas por três meses, foram transferidas ontem para meados de outubro. Os funcionários eleitorais afegãos e estrangeiros alegaram razões logísticas e políticas e falta de segurança.
Farooq Wardak, um dos coordenadores do comitê eleitoral, admitiu que disputas entre seu comitê e os partidos políticos atrasariam o anúncio da data exata das eleições, que seria realizado nesta semana, mas também foi adiado.
Pela legislação afegã, o dia das eleições tem de ser anunciado com 90 dias de antecedência. Para serem realizadas em setembro, o prazo termina hoje.
Embora o registro de eleitores finalmente tenha deslanchado, a indicação de candidatos, as regras de procedimento e a regularização dos partidos estão atrasadas.

Aumento da violência
Há também um intenso debate em Cabul sobre o adiamento das eleições parlamentares até o ano que vem por causa do recente recrudescimento da violência promovido pela milícia extremista islâmica Taleban e pelos "senhores de guerra" afegãos.
Representantes de entidades civis têm defendido que as eleições sejam transferidas para o ano que vem para assegurar mais estabilidade e liberdade aos eleitores.
Funcionários da ONU e diplomatas também temem que, sem um desarmamento mais amplo das milícias, haverá uma forte intimidação e interferência caso as eleições sejam realizadas antecipadamente, sobretudo as parlamentares.
Segundo os funcionários eleitorais, os partidos, que começam a se organizar e a serem oficializados, são também amplamente favoráveis a um adiamento.
Por outro lado, o presidente afegão, Hamid Karzai, e o embaixador norte-americano, Zalmay Khalilzad, têm defendido a importância de realizar eleições presidenciais neste ano, quando termina o mandato provisório do atual governo.
Karzai é o favorito para ser eleito presidente, mas o adiamento da eleição poderia minar sua credibilidade e colocá-lo na mesma situação do ex-presidente Buhranuddin Rabbani, muito criticado por se manter no cargo por anos após o fim de seu mandato, nos anos 1990.
A ONU enfatizou ontem que se orienta pelos acordos de Bonn, em 2001, mas manifestou também preocupação com o desarmamento das milícias e o risco de intimidação de eleitores.


Com agências internacionais e o jornal "The New York Times


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