São Paulo, sábado, 02 de julho de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Ataques matam 20; Bagdá fica sem água

Maior líder sunita do mundo pede trégua a insurgentes no Iraque

DA REDAÇÃO

A mais importante autoridade sunita do mundo, o grão-imã da mesquita Al Azhar do Egito, Mohammed Sayed Tantawi, pediu ontem aos insurgentes árabes-sunitas no Iraque que parem com os ataques durante um mês, alegando que, assim, as forças de ocupação vão deixar o país.
"Dizemos a vocês, com toda a honestidade, que, se essas mortes e sabotagens no Iraque forem interrompidas por um mês, todos os estrangeiros vão começar a sair do seu país, e todo o mundo estará ao lado de vocês", disse.
O líder sunita, que, nesta semana, encontrou o ex-premiê iraquiano Iyad Allawi, disse que a resistência contra a ocupação sempre foi encorajada, mas que a recente insurgência, que impede a reconstrução do país, perdeu seu objetivo.
"Matar seus irmãos iraquianos ou explodir oleodutos não é resistir ao inimigo, mas matar a vocês mesmos, homens, mulheres e crianças, destruindo casas, mentes e dignidade", afirmou. Tantawi, que costumava se abster de condenar a insurgência no Iraque, também pediu que xiitas e sunitas evitem "o sectarismo cego e o racismo estúpido".

Violência
Pelo menos 20 pessoas morreram ontem no Iraque, em diversos atentados, incluindo um representante do grão-aiatolá Ali al Sistani. O auxiliar, Kamal Ezz al Deen al Ghuraifi, levou um tiro ao deixar uma mesquita, onde participou das orações de sexta-feira. Outros dois homens ligados ao principal clérigo xiita do país também foram mortos nas últimas semanas.
No centro da capital, homens armados entraram em uma mesquita sunita e seqüestraram seu imã, xeque Amer Takriti.
Um ataque suicida também paralisou uma estação hidráulica perto de Bagdá, deixando milhares sem água sob o calor de 38C. O reparo no sistema pode demorar até três dias.
Anteontem, o prefeito da cidade, Alaa Mahmoud al Timimi, ameaçou deixar o cargo caso o governo não libere mais dinheiro para melhorias na infra-estrutura. Para 2005, Al Timimi pediu US$ 1,5 bilhão ao governo nacional, mas diz ter recebido apenas US$ 85 milhões até agora.


Com agências internacionais

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