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IRAQUE SOB TUTELA
Ataques matam 20; Bagdá fica sem água
Maior líder sunita do mundo pede trégua a insurgentes no Iraque
DA REDAÇÃO
A mais importante autoridade
sunita do mundo, o grão-imã da
mesquita Al Azhar do Egito, Mohammed Sayed Tantawi, pediu
ontem aos insurgentes árabes-sunitas no Iraque que parem com os
ataques durante um mês, alegando que, assim, as forças de ocupação vão deixar o país.
"Dizemos a vocês, com toda a
honestidade, que, se essas mortes
e sabotagens no Iraque forem interrompidas por um mês, todos
os estrangeiros vão começar a sair
do seu país, e todo o mundo estará ao lado de vocês", disse.
O líder sunita, que, nesta semana, encontrou o ex-premiê iraquiano Iyad Allawi, disse que a resistência contra a ocupação sempre foi encorajada, mas que a recente insurgência, que impede a
reconstrução do país, perdeu seu
objetivo.
"Matar seus irmãos iraquianos
ou explodir oleodutos não é resistir ao inimigo, mas matar a vocês
mesmos, homens, mulheres e
crianças, destruindo casas, mentes e dignidade", afirmou. Tantawi, que costumava se abster de
condenar a insurgência no Iraque, também pediu que xiitas e
sunitas evitem "o sectarismo cego
e o racismo estúpido".
Violência
Pelo menos 20 pessoas morreram ontem no Iraque, em diversos atentados, incluindo um representante do grão-aiatolá Ali al
Sistani. O auxiliar, Kamal Ezz al
Deen al Ghuraifi, levou um tiro ao
deixar uma mesquita, onde participou das orações de sexta-feira.
Outros dois homens ligados ao
principal clérigo xiita do país também foram mortos nas últimas
semanas.
No centro da capital, homens
armados entraram em uma mesquita sunita e seqüestraram seu
imã, xeque Amer Takriti.
Um ataque suicida também paralisou uma estação hidráulica
perto de Bagdá, deixando milhares sem água sob o calor de 38C.
O reparo no sistema pode demorar até três dias.
Anteontem, o prefeito da cidade, Alaa Mahmoud al Timimi,
ameaçou deixar o cargo caso o governo não libere mais dinheiro
para melhorias na infra-estrutura.
Para 2005, Al Timimi pediu US$
1,5 bilhão ao governo nacional,
mas diz ter recebido apenas US$
85 milhões até agora.
Com agências internacionais
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