São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2004

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TRAGÉDIA

Fogo em supermercado na capital paraguaia teria sido iniciado por vazamento de gás; Argentina envia ajuda

Incêndio mata ao menos 283 em Assunção

Norberto Duarte/France Presse
Bombeiros e soldados carregam corpo de uma vítima do incêndio em supermercado de Assunção


DA REDAÇÃO

Ao menos 283 pessoas morreram ontem durante uma explosão seguida de incêndio que destruiu um supermercado na periferia de Assunção, informou a polícia. Cerca de 300 pessoas saíram feridas do acidente e foram internadas em hospitais da capital paraguaia. Até o fechamento desta edição, as operações de resgate não haviam sido finalizadas.
"Há entre 250 e 300 mortos. Ainda não foram tirados todos os corpos. É um desastre", disse ontem à noite o porta-voz da polícia, Santiago Velazco.
O presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos, visitou o local do acidente e coordenou o resgate dos mortos e feridos, realizado com helicópteros e ambulâncias.
Segundo testemunhas, a tragédia começou perto das 15h30 locais (16h30 em Brasília) numa cozinha da área de restaurantes fast food do supermercado Ycua Bolaños, freqüentado pela classe média. A hipótese mais provável é que a explosão tenha sido causada por um vazamento de gás.
O supermercado tem uma praça de alimentação e, no momento do acidente, havia ao menos 400 pessoas no local. Em entrevista à rede de TV Canal 4, várias testemunhas acusaram a administração do estabelecimento de ter fechado as portas para que ninguém saísse sem pagar.
Sobreviventes relataram que seguranças do supermercado chegaram a mostrar as armas para evitar a saída dos clientes. Uma testemunha disse ter escutado um funcionário gritar: "Fechem! Fechem! Ninguém sai sem pagar".
O acidente expôs a fragilidade dos serviços de segurança do Paraguai, um dos países mais pobres do continente. A televisão local mostrou bombeiros tentando desesperadamente tapar buracos das mangueiras de água utilizando as solas de suas botinas. A TV exortou a doação de suprimentos, como luvas, aos hospitais.
Os bombeiros retiraram nos braços os corpos de dentro do supermercado. Alguns estavam totalmente carbonizados.
"É um momento de muita dor. Viemos aqui para dar um alento às pessoas, tanto aos familiares quanto aos policiais e bombeiros que estão trabalhando para reduzir a magnitude desta desgraça", disse o presidente Duarte.

Brasil e Argentina
A Embaixada do Brasil em Assunção enviou um diplomata ao local do acidente atrás de informações sobre eventuais vítimas brasileiras. Até o fechamento desta edição, não havia nenhuma informação de que havia brasileiros entre os mortos e os feridos.
O Itamaraty ofereceu formalmente auxílio. Segundo a embaixada brasileira, não foi enviada nenhuma ajuda ontem porque Assunção não informara de que tipo de auxílio necessitaria.
Enquanto isso, a Argentina enviou uma equipe médica para ajudar no atendimento às vítimas. Eles partiram de uma cidade próxima a Assunção. Cinco Províncias argentinas prepararam hospitais para receber feridos.
Em Buenos Aires, o governo federal preparava um avião Hércules C-130 com agentes de resgate e suprimentos médicos para ampliar a ajuda ao país vizinho.

Com agências internacionais


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