São Paulo, segunda-feira, 02 de agosto de 2010

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EUA dizem ter plano de ataque ao Irã

Chefe das Forças Armadas diz que recurso pode ser usado para evitar que país persa consiga a bomba atômica

Teerã reage e promete "resposta avassaladora" caso um ataque ocorra; Amorim se diz otimista sobre volta ao diálogo

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os EUA possuem plano de ataque ao Irã como recurso para evitar que o regime obtenha a bomba atômica, ainda que o considere má ideia, disse ontem o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, Mike Mullen.
"A opção militar tem estado sobre a mesa e segue sobre a mesa", afirmou Mullen, o militar de maior hierarquia no país, no programa "Meet the Press", da TV NBC. "É uma das opções que o presidente [Barack Obama] tem."
"De novo, espero que nós não cheguemos a esse ponto, mas é uma opção importante e que é muito bem entendida [pelo Irã]", advertiu o oficial.
Os EUA dizem promover política de mão dupla em relação ao país persa, que defende a via diplomática, mas não prescinde das pressões, como no caso da aprovação de novas sanções contra Teerã, há dois meses, no Conselho de Segurança da ONU.
Mullen alertou, no entanto, que o eventual ataque ao Irã teria consequências imprevisíveis para a estabilidade de todo o Oriente Médio.
Questionado sobre se o que o preocupa mais são as consequências de uma guerra ou a possibilidade de um Irã nuclear, o militar se disse "extremamente preocupado com as duas" possibilidades.
Mullen não entrou em detalhe sobre o suposto plano.

REAÇÃO
As declarações do chefe das Forças Armadas americanas foram rebatidas ainda ontem por líderes iranianos, que prometeram "resposta avassaladora" a um ataque.
O número 2 da Guarda Revolucionária, Yadollah Javani, disse que a segurança do golfo Pérsico, de grande importância para o comércio de petróleo, estará ameaçada "no caso de os americanos cometerem o menor deslize".
"O golfo Pérsico é uma região estratégica. Se a sua segurança estiver a perigo, eles também sofrerão perdas, e a nossa resposta vai ser firme", disse, de acordo com a agência semioficial iraniana Irna.

AMORIM
Já o ministro brasileiro do Exterior, Celso Amorim, disse estar "muito otimista" sobre a possibilidade de o Irã e as potências nucleares reatarem negociações em breve.
Em entrevista ao jornal argentino "Clarín", o chanceler afirmou que, "se houver negociações", o Irã pode suspender o enriquecimento de urânio a 20% -nível próprio apenas para fins medicinais.


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