|
Próximo Texto | Índice
EUA dizem ter plano de ataque ao Irã
Chefe das Forças Armadas diz que recurso pode ser usado para evitar que país persa consiga a bomba atômica
Teerã reage e promete "resposta avassaladora" caso um ataque ocorra; Amorim se diz otimista sobre volta ao diálogo
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os EUA possuem plano de
ataque ao Irã como recurso
para evitar que o regime obtenha a bomba atômica, ainda que o considere má ideia,
disse ontem o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, Mike Mullen.
"A opção militar tem estado sobre a mesa e segue sobre a mesa", afirmou Mullen,
o militar de maior hierarquia
no país, no programa "Meet
the Press", da TV NBC. "É
uma das opções que o presidente [Barack Obama] tem."
"De novo, espero que nós
não cheguemos a esse ponto,
mas é uma opção importante
e que é muito bem entendida
[pelo Irã]", advertiu o oficial.
Os EUA dizem promover
política de mão dupla em relação ao país persa, que defende a via diplomática, mas
não prescinde das pressões,
como no caso da aprovação
de novas sanções contra Teerã, há dois meses, no Conselho de Segurança da ONU.
Mullen alertou, no entanto, que o eventual ataque ao
Irã teria consequências imprevisíveis para a estabilidade de todo o Oriente Médio.
Questionado sobre se o
que o preocupa mais são as
consequências de uma guerra ou a possibilidade de um
Irã nuclear, o militar se disse
"extremamente preocupado
com as duas" possibilidades.
Mullen não entrou em detalhe sobre o suposto plano.
REAÇÃO
As declarações do chefe
das Forças Armadas americanas foram rebatidas ainda
ontem por líderes iranianos,
que prometeram "resposta
avassaladora" a um ataque.
O número 2 da Guarda Revolucionária, Yadollah Javani, disse que a segurança do
golfo Pérsico, de grande importância para o comércio de
petróleo, estará ameaçada
"no caso de os americanos
cometerem o menor deslize".
"O golfo Pérsico é uma região estratégica. Se a sua segurança estiver a perigo, eles
também sofrerão perdas, e a
nossa resposta vai ser firme",
disse, de acordo com a agência semioficial iraniana Irna.
AMORIM
Já o ministro brasileiro do
Exterior, Celso Amorim, disse estar "muito otimista" sobre a possibilidade de o Irã e
as potências nucleares reatarem negociações em breve.
Em entrevista ao jornal argentino "Clarín", o chanceler
afirmou que, "se houver negociações", o Irã pode suspender o enriquecimento de
urânio a 20% -nível próprio
apenas para fins medicinais.
Próximo Texto: Cronologia/Irã nuclear Índice
|