São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Atiradores são postos perto do QG de Arafat

Casa Branca diz que vai ignorar lei que vincula Jerusalém a Israel

DA REDAÇÃO

O governo dos EUA afirmou ontem que vai ignorar a lei aprovada pelo Congresso, e assinada anteontem pelo presidente George W. Bush, encorajando o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, alegando que ela não é obrigatória. Segundo o porta-voz do Departamento de Estado Richard Boucher, o consulado americano em Jerusalém continuará vinculado diretamente a Washington, e não ao embaixador dos EUA em Israel.
A lei, elaborada pelo Congresso, foi assinada por Bush porque incluía a liberação de uma importante verba para o Departamento de Estado gastar com política externa. O tema Jerusalém é apenas um dos vários itens, mas não podia ser desmembrado do restante.
Ao falar sobre Jerusalém, o texto da legislação afirma que em todos os documentos do governo americano deve constar que a cidade é a capital de Israel. Também incentiva a transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.
"Essas recomendações, se fossem obrigatórias, estariam interferindo com a autoridade constitucional do presidente de conduzir os assuntos de política exterior", disse Boucher.
A assinatura da lei por Bush havia provocado uma forte reação das autoridades palestinas. Saeb Erekat, principal negociador palestino, disse que a assinatura de Bush "mina os esforços pela paz no Oriente Médio".
Israel não comentou a lei. Jerusalém é considerada pelos israelenses a capital indivisível do país. Os palestinos reivindicam a parte oriental da cidade, onde a maioria da população é árabe, como a sua capital. Jerusalém Oriental foi ocupada por Israel em 1967.

Cerco
Atiradores israelenses foram posicionados nos arredores do quartel-general do presidente da ANP, Iasser Arafat, em Ramallah (Cisjordânia). O novo cerco se difere do anterior, que se encerrou no domingo e durou dez dias, pois os israelenses não entraram com tanques dentro do QG.
O objetivo do premiê israelense, Ariel Sharon, é reverter as críticas que recebeu pelo fracasso do cerco anterior, que não enfraqueceu Arafat nem serviu para prender 50 supostos militantes terroristas.


Com agências internacionais


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