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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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PRÊMIO

Vencedor sai no dia 10; dirigente afegão e dissidente iraniano também são citados

Favoritos ao Nobel incluem papa e Lula

DA REDAÇÃO

O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, e o papa João Paulo 2º estão entre os principais favoritos para receber o Nobel da Paz deste ano, segundo especialistas. O vencedor será anunciado no dia 10, mas o comitê responsável pela escolha já tomou a decisão, que é mantida em segredo.
O mistério alimenta variadas especulações sobre o vencedor, uma escolha que pode respeitar critérios políticos.
No ano passado, por exemplo, quando a guerra ao terror promovida pelo presidente George W. Bush restringiu direitos nos EUA e no exterior, o ganhador foi o ex-presidente americano Jimmy Carter, do Partido Democrata (de oposição a Bush) e conhecido por seu engajamento na defesa dos direitos humanos.
Além de Lula e do papa, estão sendo cotados o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, o diretor da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, o egípcio Mohamed El Baradei, dissidentes do regime islâmico do Irã, entre ele Hashen Aghajari, e grupos de direitos humanos.
Não está descartada inclusive a hipótese de ninguém ser indicado para o prêmio, o que aconteceu pela última vez em 1972.
Foram recebidas ao todo 165 indicações para o Nobel. Entre elas estão as do presidente dos EUA, George W. Bush, do premiê britânico, Tony Blair, e do presidente da França, Jacques Chirac. Nenhum aparece como favorito.
Analistas afirmam que é difícil apontar agora, com certeza, o vencedor deste ano, que ficou marcado mais pela violência do que pela paz, com eventos como a Guerra do Iraque e a crise israelo-palestina.
"A Guerra do Iraque é um tema importante, mas premiar alguém relacionado a ela é muito difícil. Não há favorito neste ano", disse Espen Barth Eide, pesquisador do Instituto de Assuntos Internacionais da Noruega.
Stein Toenesson, do Instituto de Pesquisas sobre a Paz, em Oslo, afirmou que o principal favorito, na sua opinião, é o papa João Paulo 2º, porque ele, como líder da Igreja Católica, se manifestou contra a Guerra do Iraque.
Após o papa, apareceria Lula, na avaliação do pesquisador. O presidente brasileiro se destacou, na avaliação do norueguês, "por seus esforços na promoção da Justiça social em uma região conhecida pela injustiça".
Toenesson faz a ressalva de que, na opinião dele, o comitê norueguês responsável pela indicação pode estar pensando em um muçulmano para receber o Nobel. Isso fortaleceria os nomes de Karzai e dos dissidentes iranianos.
Entre os nomes que constam na lista de famosos que foram indicados para o Nobel estão os do ativista de direitos humanos cubano Oswaldo Payá, do dissidente chinês Wei Jingsheng, do ex-presidente tcheco Vaclav Havel e do cantor Bono, da banda U2.
O brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que morreu em agosto em atentado no Iraque, onde era enviado especial da ONU, está excluído. O comitê do Nobel não faz premiações póstumas.


Com agências internacionais


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