|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PRÊMIO
Vencedor sai no dia 10; dirigente afegão e dissidente iraniano também são citados
Favoritos ao Nobel incluem papa e Lula
DA REDAÇÃO
O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, e o papa João
Paulo 2º estão entre os principais
favoritos para receber o Nobel da
Paz deste ano, segundo especialistas. O vencedor será anunciado
no dia 10, mas o comitê responsável pela escolha já tomou a decisão, que é mantida em segredo.
O mistério alimenta variadas especulações sobre o vencedor,
uma escolha que pode respeitar
critérios políticos.
No ano passado, por exemplo,
quando a guerra ao terror promovida pelo presidente George W.
Bush restringiu direitos nos EUA
e no exterior, o ganhador foi o ex-presidente americano Jimmy
Carter, do Partido Democrata (de
oposição a Bush) e conhecido por
seu engajamento na defesa dos direitos humanos.
Além de Lula e do papa, estão
sendo cotados o presidente do
Afeganistão, Hamid Karzai, o diretor da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, o
egípcio Mohamed El Baradei, dissidentes do regime islâmico do
Irã, entre ele Hashen Aghajari, e
grupos de direitos humanos.
Não está descartada inclusive a
hipótese de ninguém ser indicado
para o prêmio, o que aconteceu
pela última vez em 1972.
Foram recebidas ao todo 165 indicações para o Nobel. Entre elas
estão as do presidente dos EUA,
George W. Bush, do premiê britânico, Tony Blair, e do presidente
da França, Jacques Chirac. Nenhum aparece como favorito.
Analistas afirmam que é difícil
apontar agora, com certeza, o
vencedor deste ano, que ficou
marcado mais pela violência do
que pela paz, com eventos como a
Guerra do Iraque e a crise israelo-palestina.
"A Guerra do Iraque é um tema
importante, mas premiar alguém
relacionado a ela é muito difícil.
Não há favorito neste ano", disse
Espen Barth Eide, pesquisador do
Instituto de Assuntos Internacionais da Noruega.
Stein Toenesson, do Instituto de
Pesquisas sobre a Paz, em Oslo,
afirmou que o principal favorito,
na sua opinião, é o papa João Paulo 2º, porque ele, como líder da
Igreja Católica, se manifestou
contra a Guerra do Iraque.
Após o papa, apareceria Lula, na
avaliação do pesquisador. O presidente brasileiro se destacou, na
avaliação do norueguês, "por seus
esforços na promoção da Justiça
social em uma região conhecida
pela injustiça".
Toenesson faz a ressalva de que,
na opinião dele, o comitê norueguês responsável pela indicação
pode estar pensando em um muçulmano para receber o Nobel. Isso fortaleceria os nomes de Karzai
e dos dissidentes iranianos.
Entre os nomes que constam na
lista de famosos que foram indicados para o Nobel estão os do
ativista de direitos humanos cubano Oswaldo Payá, do dissidente
chinês Wei Jingsheng, do ex-presidente tcheco Vaclav Havel e do
cantor Bono, da banda U2.
O brasileiro Sérgio Vieira de
Mello, que morreu em agosto em
atentado no Iraque, onde era enviado especial da ONU, está excluído. O comitê do Nobel não faz
premiações póstumas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Religião: Em meio a especulação, papa vai a audiência Próximo Texto: Alemanha: Schröder diz que sai se reforma não passar Índice
|