São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2001

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GUERRA SEM LIMITES

Presidente fará pronunciamentos a americanos e encontrará líderes estrangeiros, entre eles FHC

Bush lança ofensiva por mais apoio

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, lançará na próxima semana uma ofensiva para conquistar apoio interno e externo para a "luta contra o terrorismo", com pronunciamentos para o público americano e internacional e encontros com líderes estrangeiros de importância estratégica -entre eles o presidente Fernando Henrique Cardoso-, segundo anunciou a Casa Branca.
A assessora de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, disse que Bush fará um pronunciamento à nação sobre "defesa nacional e segurança" e encontrará os líderes de Reino Unido, França, Índia, Brasil, Irlanda e Argélia.
Ele fará ainda um pronunciamento, via satélite para uma platéia em Varsóvia (Polônia), sobre a importância da coalizão internacional antiterrorismo, disse Rice. O presidente fará ainda seu primeiro discurso à Assembléia Geral da ONU, em Nova York, que começa na semana que vem.
A ofensiva de relações públicas ocorre num momento em que o governo Bush é criticado internamente pela forma com que está lidando com os casos de antraz e pelos alertas sobre a possibilidade de novos ataques terroristas no país. A campanha militar no Afeganistão também sofre questionamento interno e externo, após imagens de civis mortos nos bombardeios e a falta de resultados visíveis em quase quatro semanas de ataques.
"Será uma semana bastante movimentada, com muito diálogo na frente interna e com membros da coalizão sobre o progresso na guerra contra o terrorismo", disse Rice em Washington.
Sobre o pronunciamento de Bush aos americanos, Rice disse: "Ele falará ao povo americano sobre as formas como nossas vidas mudaram desde os horríveis acontecimentos de 11 de setembro e seu otimismo e sua certeza de que, apesar dessas mudanças, os valores americanos são constantes e inabaláveis".
"O presidente acha que é de importância vital deixar o povo americano informado sobre a natureza das ameaças que enfrentamos e o progresso de nossa resposta."
Pesquisas de opinião nesta semana mostraram um maior ceticismo entre os americanos sobre os objetivos da ofensiva militar: prender o terrorista saudita Osama bin Laden e membros de sua rede terrorista, a Al Qaeda, apontados como responsáveis pelos atentados nos EUA, e derrubar o Taleban, o grupo extremista que controla quase todo o Afeganistão e dá guarida ao saudita.
A platéia em Varsóvia será formada por representantes de países da Ásia Central reunidos pelo governo polonês para estudar formas de ajudar a coalizão antiterrorismo.
"Ele falará sobre a importância dos líderes mundiais e dos aliados da coalizão. Ele definirá a natureza da resposta global ao terrorismo e informará sobre os progressos da ofensiva, falando sobre a responsabilidade dos que formam a coalizão", disse Rice.

FHC
A reunião de Fernando Henrique com Bush foi confirmada por Rice e ocorrerá na quinta-feira na Casa Branca.
Rice não mencionou os temas do encontro. Membros do governo americano já destacaram a iniciativa "muito importante" do Brasil de evocar, após os atentados de setembro, o Tiar (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca), firmado em 1947 dentro do cenário da Guerra Fria e que prevê a defesa mútua entre os países do hemisfério americano em caso de ataque externo.


Com agências internacionais



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