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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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Restrita, lei pode frustrar, diz defensor

DA REDAÇÃO

Um dos idealizadores da lei do divórcio no Congresso chileno, o senador Carlos Ominami atribui a demora na aprovação do projeto à forte oposição de uma elite conservadora e da Igreja Católica.
Ele teme que as restrições que estão sendo impostas na legislação acabem frustrando as expectativas de que haja um avanço do Chile na questão do divórcio.
"É um projeto que tem evoluído de uma forma bastante conservadora, com muitas restrições", afirmou Ominami, por e-mail, à Folha. A seguir, leia trechos da entrevista do senador. (GC)
 
Folha - Por que o Chile está tão atrasado na questão do divórcio em relação aos países vizinhos?
Carlos Ominami -
Porque existe uma elite conservadora muito poderosa que instalou no Chile a intolerância. A falta de uma lei de divórcio não se deve à existência de uma maioria de cidadãos contrários a esse projeto. Deve-se à essa elite e à Igreja Católica, que, nesse tema, tem jogado no sentido contrário.

Folha - A lei de divórcio chilena está baseada nas dos países vizinhos?
Ominami -
Não. É um projeto que tem evoluído de uma forma bastante conservadora, com muitas restrições. Tenho medo de que finalmente tenhamos uma lei de divórcio, mas que, por outro lado, as pessoas continuem achando mais conveniente seguir utilizando o sistema da anulação do casamento.

Folha - Por que há uma forte oposição à lei no Chile?
Ominami -
Não é uma oposição social. É uma oposição de elite, de alguns meios da igreja e do mundo empresarial mais conservadores, que praticam muito o discurso duplo.

Folha A pressão da igreja pode alterar a lei?
Ominami -
A igreja já está ajudando a alterar a lei. Infelizmente, diferentemente de seu papel importante nas lutas pelos direitos humanos e contra a pobreza, a igreja está jogando do lado conservador no caso do divórcio.



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