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O IMPÉRIO VOTA
Voto pró-maconha mobiliza voluntários
Eleitores da Califórnia decidem hoje, em plebiscito, se uso recreativo da droga deverá ser permitido no Estado
Ativistas distribuem hoje 100 mil avisos nas casas de Los Angeles; caronas também fazem parte da estratégia
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
David Olson, 21, nunca se
meteu em politicagem. Mas,
para as eleições na Califórnia, o estudante está há dois
meses fazendo campanha e
já até gastou US$ 800 do próprio bolso. Ao seu lado está
outra voluntária, Jenalea
Smith, 67, ambos à espera de
um comboio para distribuir
panfletos num bairro universitário de Los Angeles.
A causa dos dois é a mesma: conseguir votos para o
plebiscito da descriminalização da maconha no Estado, a
ser votado hoje, junto com as
eleições legislativas e para
governador.
Na Califórnia e em outros
Estados, a maconha medicinal já é legalizada. O plebiscito quer liberar o uso recreativo e a plantação de até 25 m2
para maiores de 21 anos,
além de criar impostos.
"Isto aqui vai além da política, é liberdade de escolha",
disse Olson, na sede da campanha pelo sim, no sábado,
onde cerca de 40 voluntários
recebiam instruções de como
agir no dia da eleição.
Olson, que diz fumar maconha quase diariamente há
cinco anos, estuda políticas
ambientais e trabalha como
promotor de eventos. Ele fez
camisetas para divulgar o
movimento e montou uma
mesa no campus para tirar
dúvidas dos estudantes.
Broches, adesivos e panfletos com a folhinha da maconha estavam espalhados
por todos os cantos da sede.
"Yes We Can(nabis)", dizia
um pôster, fazendo alusão ao
slogan de Obama de 2008.
A aposentada Smith começou a usar a droga há cinco
anos para "aliviar as dores da
idade" e se engajou na causa
após uma amiga ser diagnosticada com câncer.
"Fui me informar, descobri outras maneiras de consumir a droga. Ajudou muito
quando ela começou a quimioterapia. Depois, entrar
para a campanha foi um passo natural", disse Smith.
Ela prefere fazer telefonemas pedindo voto a sair às
ruas. Diz, porém, que 40% se
dizem a favor da campanha
quando uma pessoa liga,
contra 50% quando é uma ligação automática.
A última pesquisa de um
instituto neutro mostrou
49% contra e 42% a favor.
ESTRATÉGIA
Hoje, os voluntários planejam distribuir cerca de 100
mil avisos nas casas de Los
Angeles. Dar carona e abordar pessoas na rua também
fazem parte das estratégias.
Uma das críticas à medida
é que as regras para a comercialização da droga ficarão a
cargo de cada uma das 478
cidades e 58 condados do Estado, o que daria espaço para
um tremendo caos jurídico.
Os voluntários sabem disso e preparam suas retóricas.
"Digam que será como a reforma da saúde, não é perfeita, mas podemos melhorá-la.
Vamos aprovar o básico, a
descriminalização", dizia
uma das coordenadoras.
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