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"ABONO-BEBÊ"
Sob risco de desaparecer, Laviano, na Itália, premia grávidas
Cidade paga €10 mil por filho
JAMES CRAWFORD
DA REUTERS, EM LAVIANO (ITÁLIA)
O Natal deste ano será especial
para Antonietta Molinaro. Não
só ela está prestes a dar à luz, como também terá direito a um
polpudo "abono-bebê" oferecido pelo prefeito de sua cidade.
Situada nos Apeninos, a sudeste de Nápoles, Laviano corre
o risco de sumir do mapa em razão da ausência de empregos e
das conexões rodoviárias ruins,
que levam os jovens a partir em
busca de nova vida em outras
partes.
No ano passado nasceram
apenas quatro bebês na cidade,
cuja população total é de 1.600
pessoas. Em 1970, quando Laviano tinha 3.000 moradores, 70
crianças nasceram na cidade.
Numa tentativa de mudar a
tendência, o prefeito Rocco Falivena resolveu oferecer aos casais um abono de 10 mil (cerca de R$ 36 mil) para cada bebê
nascido na cidade. ""É muito dinheiro, mas essa é nossa prioridade número um. O que está em
jogo é a sobrevivência da cidade", disse Falivena, que espera
com a iniciativa aumentar a população em um quarto, para
2.000 pessoas. Para impedir que
casais tenham seus filhos na cidade apenas pelo abono, ele decidiu dividir o pagamento em
prestações, que serão pagas ao
longo de seis anos.
Tendência na região
Laviano não está sozinha na
luta pela sobrevivência. Dezenas
de outras cidades espalhadas
pelo sul da Itália estão acabando. De acordo com o instituto
italiano de pesquisas demográficas IRPPS, entre 1991 e 2001
mais de meio milhão de pessoas
deixaram a região, enquanto o
nordeste do país, mais próspero, recebeu 460 mil migrantes.
A maioria das italianas afirma
querer pelo menos dois filhos,
mas tem, em média, apenas 1,2,
conforme o relatório de tendências demográficas publicado pelo IRPPS em agosto. O número é
bem inferior aos índices de natalidade da França, do Reino
Unido e dos EUA, que variam
de 1,7 a 1,9 bebê por mulher.
Tradução de Clara Allain
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