|
Próximo Texto | Índice
CUBA
Ditador faz discurso para celebrar o aniversário da Revolução Cubana
Após 40 anos, Fidel ainda espera o fim do capitalismo
das agências internacionais
O ditador cubano, Fidel Castro,
afirmou que o capitalismo "cairá
inevitavelmente" e disse que a
atual ordem econômica mundial
converteu o mundo em um "gigantesco cassino".
O discurso, pronunciado anteontem em Santiago de Cuba, leste do país, celebrou os 40 anos da
Revolução Cubana. "A revolução
apenas começou", disse.
O presidente cubano, de 72 anos,
falou do balcão da Prefeitura de
Santiago, mesma tribuna de onde
discursou pela primeira vez como
líder do país, em 1959, proclamando o triunfo da Revolução Cubanaapós a fuga do presidente Fulgencio Batista para a República
Dominicana.
A crítica ao neoliberalismo e ao
processo de globalização da economia foi o principal tema desenvolvido por ele. Segundo o presidente cubano, "o sistema econômico atual "é insustentável porque
se baseia em leis que são cegas,
caóticas, ruinosas e destrutivas para a sociedade".
O discurso, de uma hora e meia,
foi transmitido ao vivo pelo rádio e
pela TV. Em uma ação pouco
usual, o presidente leu o pronunciamento, usando óculos. Normalmente, os longos discursos de Fidel são improvisados.
A fala de Fidel foi ouvida por cerca de 2.000 convidados na praça
Céspedes, centro de Santiago. Entre os presentes estavam os prêmios Nobel de Literatura Gabriel
García Márquez e José Saramago.
Antes da fala do presidente, foi
exibido em um telão um documentário com imagens da recepção popular à vitória da revolução.
No discurso, o presidente criticou o embargo econômico norte-americano à ilha comunista e elogiou o povo cubano, "que tem resistido a 40 anos de agressão, bloqueio, à guerra política, econômica e ideológica da potência imperialista mais poderosa e rica que já
existiu na história mundial".
Fidel também pediu o fim da "ditadura" do Conselho de Segurança
da ONU, em referência ao poder
de veto dos cinco membros permanentes do órgão (EUA, Rússia,
China, Reino Unido e França).
O presidente lembrou que 7 milhões dos 11 milhões de habitantes
de Cuba não eram nascidos quando ocorreu a revolução de 1959. "O
povo ao qual me dirijo não é o
mesmo povo daquele 1º de janeiro", disse.
Fidel afirmou também ter mudado pouco desde a vitória da revolução. Disse ser "alguém muito menos jovem", mas "que se veste
igual, que pensa igual, que sonha
com as mesmas coisas."
Ele ressaltou as conquistas de seu
governo, como o combate ao analfabetismo e a melhoria dos sistemas de educação e saúde do país.
O discurso foi encerrado com as
tradicionais palavras de ordem
"Socialismo ou morte! Pátria ou
morte! Venceremos!"
Próximo Texto | Índice
|