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AMÉRICA LATINA
Governo venezuelano acusa o capitão John Correa de espionagem e ameaça expulsar toda a missão dos EUA
Chávez expulsa adido militar americano
DA REDAÇÃO
Em mais um capítulo da conturbada relação entre Washington e Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, determinou ontem a expulsão de um adido naval da embaixada americana, acusando-o de espionagem.
"O capitão-de-fragata da Marinha de guerra dos EUA, que se
chama John Correa, deve sair do
país imediatamente", disse Chávez em discurso de comemoração
dos sete anos de seu governo,
transmitido em cadeia nacional.
"Decidimos, em termos diplomáticos, declarar [Correa] persona non grata, o que, em termos
"criollos", significa expulsar do
país um militar da missão dos
EUA por espionagem", afirmou.
Chávez disse ainda que, caso sejam descobertos outros militares
americanos em atividades semelhantes, toda a missão militar dos
EUA será expulsa do país. "Advertimos o governo imperialista
dos EUA que, se seus adidos militares na Venezuela continuarem
fazendo o que esse capitão tem
feito, serão detidos e colocados à
disposição de sua embaixada."
A embaixada informou ter recebido um comunicado do governo
venezuelano sobre o caso.
O Departamento de Estado rejeitou as acusações. "Nenhum dos
adidos esteve ou está envolvido
em atividades inadequadas", disse a porta-voz Janelle Hironimus.
Já o diretor de inteligência nacional, John Negroponte, acusou
a Venezuela de estreitar laços com
a Coréia do Norte e o Irã -que,
para os EUA, fazem parte do "eixo do mal".
Na quarta-feira passada, o governo Chávez afirmou ter detido
"alguns" militares venezuelanos
depois de terem sido flagrados
passando informações ao Pentágono. A suspeita era de que os oficiais tinham contatos dentro da
embaixada americana -segundo
Chávez, o adido naval.
O presidente citou como provas
de espionagem a venda de gravações sobre operações militares e
de códigos secretos e senhas.
Essa não é a primeira vez que
Chávez acusa os EUA de espionagem. Em agosto do ano passado,
ele rompeu com a agência antidrogas americana, a DEA.
As relações entre Caracas e
Washington pioraram desde o
golpe que afastou Chávez do poder por 48 horas em abril de 2002.
Para Chávez, a iniciativa frustrada teve apoio do presidente
George W. Bush -cujo governo,
segundo o venezuelano, quer matá-lo. Já os EUA consideram o governo chavista como um fator de
desestabilização na região, acusando-o de apoiar grupos subversivos nos países vizinhos.
Com agências internacionais
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