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"MULAS" CANINAS
Bolsas de heroína eram colocadas cirurgicamente no estômago dos filhotes; alguns morreram
Quadrilha usava cães para traficar drogas
AL BAKER
WILLIAM K. RASHBAUM
DO "NEW YORK TIMES"
Autoridades americanas
anunciaram ontem que uma
quadrilha colombiana estava
preparando filhotes de cães para
serem usados no tráfico de drogas. O plano era implantar cirurgicamente bolsas de heroína líquida nos corpos dos animais e
depois enviá-los aos EUA.
Dez filhotes, incluindo vários
da raça labrador, foram encontrados num canil que fazia parte
de uma clínica veterinária improvisada em Medellín, na Colômbia, durante uma operação
de busca há cerca de um ano. Segundo John Gilbride, responsável pelo trabalho em campo da
DEA (agência americana de
combate às drogas), uma mesa e
instrumentos cirúrgicos foram
encontrados na clínica.
Ao todo, três quilos de heroína
líquida foram implantados em
seis animais, em bolsas costuradas dentro da pele solta de seus
abdomes. Os outros cachorrinhos ainda seriam operados.
Todos os filhotes encontrados
na clínica foram resgatados, mas
três morreram depois de infecções decorrentes das incisões sofridas, disse Gilbride. Os que sobreviveram já estão adultos e vivem na Colômbia. Não há indicações de que algum cachorro
carregando drogas tenha conseguido ingressar nos EUA.
Dez pessoas foram indiciadas
por conspirar para contrabandear heroína para Nova York. O
veterinário responsável, identificado como Andres Lopez Elorez, está foragido, provavelmente na Espanha.
"Em meus 25 anos de carreira,
trata-se de um dos métodos
mais repulsivos de contrabando
de drogas que eu, pessoalmente,
já testemunhei", disse Gilbride.
Os policiais disseram que a
quadrilha visada na investigação
federal, que já resultou em 22
prisões, também empregava
"mulas" humanas.
Um agente da DEA disse que,
para passar pelos inspetores da
alfândega americana, os filhotes
seriam descritos como cães que
participariam de competições.
Na realidade, porém, seu destino
provavelmente seria triste.
Tradução de Clara Allain
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