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Ao som de Elvis, senadora tenta seduzir deserdados da crise econômica em Ohio
DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A COLUMBUS (OHIO)
Embalada pelo hit de Elvis
Presley "A Little Less Conversation" (um pouco menos de
conversa), a candidata Hillary
Clinton passou a maior parte
do comício na manhã de ontem, na quadra de basquete de
uma escola pública de Columbus, Ohio, dizendo que seu rival
democrata, Barack Obama, "faz
discurso", mas que ela, sim, é
"solução" para o grande pesadelo do Estado: o desempenho
ruim da economia.
Ohio ocupa o sexto lugar no
ranking do desemprego entre
os 50 Estados americanos (6%;
Michigan é o campeão, com
7,8%), devido à crise do setor de
manufaturas, e é um dos líderes
em execuções de hipotecas. São
problemas vantajosos para Hil-lary, que, ao longo das primárias, tem apoio grande entre
eleitores que vêem a economia
como maior preocupação.
Segundo consulta do Instituto Rasmussen, 51% dos eleitores de Ohio têm a economia no
topo da lista de prioridades, enquanto 18% estão mais interessados na Guerra do Iraque.
O rapper Bigg Hurt, 24, casado e pai de um garoto, é um dos
que "gostaria de ver a economia
melhorar". Negro como 27% da
população de Columbus, ele
abandonou o emprego de vendedor e a faculdade de administração para tentar a carreira artística, que ainda não decolou.
"Tenho amigos que fizeram faculdade, não conseguiram melhorar e ainda têm uma dívida
gigante [das anuidades]."
Hurt é democrata, mas ainda
não decidiu o voto. "Eu quero
um presidente negro, mas Hil-
lary tem a experiência."
Se optar pelo "mas...", o rapper entra para o grupo dos persuadidos por Hillary de que ela
pode até ter ser menos inspiradora, mas é mais eficiente. No
palco, ela diz: "Quando o telefone vermelho [de emergência]
tocar às 3h [na Casa Branca],
quem estará preparado para
atender a chamada e agir?".
Obama anunciou um plano
de US$ 10 bilhões para ajudar
endividados por hipotecas. Hil-lary aposta nos estudantes.
"Quem tiver dívida no financiamento da faculdade e, depois
que se formar, trabalhar em um
serviço público, como professor ou enfermeiro, terá sua dívida per-do-a-daaa", grita. Para
proteger postos de trabalho locais, ela promete revendo tratados de livre comércio.
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