São Paulo, Quarta-feira, 03 de Março de 1999
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SUCESSÃO NOS EUA
George W. Bush, governador do Texas e filho do ex-presidente, disputará candidatura do Partido Republicano
Bush, o filho, se lança à Presidência

MARCELO DIEGO
de Nova York

O governador do Texas, George W. Bush, 52, republicano, anunciou ontem a formação de um comitê para angariar fundos e analisar o cenário político dos EUA. É o primeiro passo de Bush para a formalização de sua candidatura à Presidência do país, nas eleições do ano que vem.
Bush, filho mais velho do ex-presidente George Bush (1988-92), aparece como o preferido para a sucessão de Bill Clinton em todas as pesquisas.
Na mais recente, divulgada na semana passada pelo Instituto de Pesquisa Política, Bush bateria o atual vice-presidente Al Gore (provável candidato democrata) por 54% a 38% das intenções de voto.
Bush ainda precisa ser indicado pelo partido, que tem outros aspirantes (veja texto nesta página) à candidatura presidencial.
O comitê formado e anunciado por Bush ontem contará com uma equipe que vai estudar a melhor maneira de obter apoio político (governadores, prefeitos, congressistas e lideranças pelo país) e econômico (fundos de campanha).
Segundo o conselheiro político Chuck Dolan, em entrevista à TV CNN, uma campanha eleitoral para presidente não sai por menos de US$ 20 milhões.
Bush já vem estudando a candidatura desde que se reelegeu governador, em novembro (a primeira reeleição no Texas em 25 anos). Anteontem, ele se encontrou com correligionários da Carolina do Norte, Carolina do Sul e Connecticut. Eles apresentaram uma carta assinada por 59 representantes (deputados) republicanos, pedindo a ele que concorresse à Casa Branca.
"Todos vocês que me vêem diariamente sabem que eu não tomei a decisão facilmente. Eu considerei cuidadosamente cada uma de suas ramificações", disse Bush, ontem, ao lançar sua campanha.
Bush disse que temia que o envolvimento numa disputa eleitoral pudesse prejudicar sua família (mulher e duas filhas). "Conversamos e chegamos à conclusão de que superaremos as dificuldades".
Entre os membros do novo comitê está Jack Oliver, tido como um dos mais eficientes angariadores de fundos de campanha dos EUA. Ele participou da eleição do senador John Ashcroft (Missouri) em 1998, arrecadando US$ 3 milhões. Oliver já enviou cartas para 12 mil americanos pedindo contribuições para a campanha de Bush.
O apoio de republicanos ao nome de George W. Bush expressa a busca do partido pela moderação. O ex-governador do Tennessee Lamar Alexander disse ontem que Bush "não adota posições tão fortemente ofensivas que cheguem a ser inaceitáveis".
O partido saiu com a imagem arranhada durante o processo de impeachment de Clinton.
Como Bush tem o apoio de parte dos negros e dos hispânicos (forte eleitorado democrata), além de contar com a ajuda já declarada de 12 dos 31 governadores do partido (o país tem 50 Estados), sua campanha é tida como a grande chance dos republicanos de tirar os democratas da Presidência.


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