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TERRITÓRIO OCUPADO
Tropas dos EUA entram na cidade, mas população quer saber se elas vão ficar
Civis de Najaf saúdam americanos
JIM DWYER
DO THE NEW YORK TIMES, EM NAJAF
Centenas de soldados norte-americanos entraram na cidade
de Najaf ao meio-dia de hoje [ontem], e foram recebidos com
cumprimentos dos moradores.
A infantaria contava com o
apoio de helicópteros de ataque e
bombardeiros, e imediatamente
destruiu diversos depósitos de armas e assumiu o controle de uma
instalação de treinamento militar
para servir de quartel-general à
sua unidade.
As forças de ocupação, da 1ª e da
2ª Brigada da 101ª Divisão Aerotransportada, entraram na cidade
pelo sul e pelo norte. Os soldados
haviam tomado o perímetro urbano anteontem.
As pessoas correram para cumprimentar os soldados norte-americanos, gritando repetidamente: "Obrigado, isso é lindo!"
Experiência prévia
Duas questões dominavam a
multidão que se formou do lado
de fora de um antigo depósito de
munições do partido Baath: "Vocês ficarão?", queria saber Kase,
um engenheiro civil que preferiu
não informar seu sobrenome.
Outro homem, Heider, pediu que
"alguém me diga a hora em que
Saddam Hussein estará terminado, por favor".
Um líder xiita (ramo muçulmano majoritário no Iraque), o aiatolá Ali Alsestani, que ao que se
sabe esteve em prisão domiciliar
por mais de uma década, foi libertado depois que seus guardas fugiram, com a entrada dos norte-americanos em Najaf.
O tenente-coronel Chris Hughes disse que estava conversando com um enviado do religioso
sobre os arranjos de governo da
cidade, agora que o partido Baath
foi erradicado. O líder religioso
anunciou que responderia na
quinta-feira.
Tropas do Exército dos Estados
Unidos cercaram a cidade na
quinta-feira passada, depois de
tomarem o controle de três pontes sobre o rio Eufrates em furiosos combates com as forças leais a
Saddam Hussein.
Mas os norte-americanos ainda
não controlavam toda a cidade
hoje. Houve informações, no rádio, de que forças paramilitares tinham cerca de 20 reféns civis em
outra parte de Najaf.
Entre os soldados que entraram
na cidade está Kadhim al-Waeli,
30, que diz ter fugido da cidade
em 23 de março de 1991, depois da
primeira guerra do golfo Pérsico,
quando um levante xiita foi brutalmente suprimido pelo regime
de Hussein. O encorajamento
norte-americano à revolta não
passou das palavras, então. Ele é
membro do que descreveu como
forças iraquianas livres sob o comando de uma unidade de assuntos civis do exército norte-americano.
Pão
"Fiquei feliz por voltar, e ver um
sujeito com um pão sírio na rua",
disse Al-Waeli. "Ele me deu um
pedaço; deu pão de graça a mim e
a outros soldados. Disse que vocês são como eles".
Al-Waeli disse que o aiatolá Alsestani estava sendo cauteloso
quanto a apoiar os norte-americanos, devido à incerteza quanto à
posição dos xiitas locais sobre esse apoio.
Mas disse também que os xiitas
locais estavam preocupados
quanto à possibilidade de que os
norte-americanos não garantissem a paz, e que queriam saber
"se vocês vão ficar aqui ou vão nos
deixar".
As tropas norte-americanas
descobriram que as forças para
militares e do partido Baath, antes
de fugir, haviam plantado minas
em estradas e pontes nas saídas da
cidade. Tarde na noite de hoje,
uma equipe de engenharia norte-americana estava limpando o terceiro desses campos, que continha 30 minas, detonando-as com
explosivo plástico.
O tenente-coronel Duke DeLuca, apontando que as minas haviam sido fabricadas na Itália, disse que "os europeus são antiguerra, mas pró-comércio".
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