São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Irã e Reino Unido baixam tom de disputa

Teerã diz que marinheiros não serão julgados; Londres mostra-se disposto a evitar novo impasse desse tipo

DA REDAÇÃO

O Irã expressou ontem vontade de resolver por meio da diplomacia a disputa com o Reino Unido que envolve 15 marinheiros britânicos detidos no golfo Pérsico. Segundo o principal negociador internacional do Irã, Ali Larijani, não há necessidade de levar os marinheiros britânicos a julgamento -um aparente recuo da posição declarada anteriormente.
De acordo com Larijani, "resolver o problema por meio de canais diplomáticos" é prioridade para o Irã. "Não temos interesse em deixar que o assunto se complique ainda mais."
O Reino Unido também baixou o tom e indicou a possibilidade de discutir maneiras de evitar esse tipo de impasse no golfo Pérsico no futuro.
Londres aguardava uma resposta do Irã sobre a possibilidade de enviar ao país diplomatas para tratar do assunto.
Também ontem, a televisão estatal iraniana afirmou que os 15 marinheiros admitiram ter entrado ilegalmente em território iraniano -o Reino Unido afirma que as admissões ocorreram sob coerção. Uma rádio estatal disse, porém, que as confissões não seriam transmitidas devido às "mudanças positivas" de Londres.
Os marinheiros são acusados por Teerã de navegarem em águas iranianas. O Reino Unido nega, dizendo que os marinheiros estavam no mar territorial iraquiano. A questão complica-se ainda mais visto que não há acordo sobre as fronteiras marítimas entre Irã e Iraque.

Início dos conflitos
Segundo o jornal britânico "Independent", uma fracassada tentativa norte-americana de capturar dois importantes funcionários dos serviços de segurança iranianos que estavam em visita oficial ao norte do Iraque foi o ponto de partida para a crise que, dez semanas mais tarde, levou à captura pelo Irã dos 15 britânicos.
Na ocasião, os EUA capturaram cinco funcionários iranianos, que o país acusa de serem agentes de inteligência.
Ainda segundo o "Independent", a operação tinha por meta, na verdade, deter duas figuras centrais nos serviços de segurança iranianos: o vice-diretor do Conselho de Segurança Nacional e o chefe de inteligência da Guarda Revolucionária.


Com agências internacionais e o "Independent"


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