DA REDAÇÃO

O presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, favorável a uma maior aproximação com os EUA, dissolveu ontem o Parlamento, de maioria pró-Rússia, e convocou eleições legislativas antecipadas para maio. Os parlamentares se recusam a aceitar a decisão.
O anúncio de Yushchenko ocorreu após meses de disputas com o seu rival, o premiê Viktor Yanukovych. O presidente acusa o premiê de usar métodos "inconstitucionais", ao recrutar integrantes de sua base política.
O objetivo seria atingir 300 cadeiras no Parlamento -o necessário para uma reforma constitucional. A coalizão do premiê hoje tem cerca de 250 das 400 cadeiras.
O ministro da Justiça, Oleksandr Lavrynovych, qualificou de "inconstitucional" a decisão do presidente. O Exército anunciou que seguirá Yushchenko. Manifestantes pró-Rússia protestaram contra a dissolução do Parlamento em Kiev.
O conflito começou depois que 11 parlamentares aliados do presidente migraram para a coalizão do premiê, no mês passado. A Constituição diz que a migração entre coalizões só pode ser feita por partidos, e não individualmente.
Yushchenko chegou à Presidência na chamada "revolução laranja", há dois anos, quando seus partidários denunciaram fraude eleitoral destinada a roubar-lhe a vitória. Mas divergências entre os líderes do movimento acabaram levando os grupos pró-Rússia a obter maioria em eleições parlamentares posteriores.


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