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CUBA
Em evento oficial, intelectuais pedem reflexão sobre censura
DA REDAÇÃO
Reunidos desde anteontem no oficial 7º Congresso
da Uneac (União de Escritores e Artistas de Cuba), intelectuais da ilha fizeram críticas à gestão cultural do regime, convidando a uma reflexão "franca e mais transparente" sobre os "mecanismos de controle e censura".
O chamado à discussão está em um relatório da Comissão de Cultura e Sociedade
da Uneac -publicado nos
jornais oficiais ontem- e se
segue a um trecho em que
cobra maior divulgação de
obras de artistas cubanos pela imprensa da ilha porque
elas revelam, "antes dos discursos", "os problemas mais
complexos e escabrosos" da
sociedade. Vários escritores
cubanos com êxito internacional são vetados na ilha.
O texto, que aponta uma
"defasagem" entre o projeto
cultural da Revolução Cubana e "as referências" de "amplos setores da população",
teve de disputar espaço nas
páginas dos jornais oficiais
com uma carta de Fidel Castro, substituído no poder em
fevereiro pelo irmão Raúl.
Enquanto o relatório diz
que proibir o acesso na ilha
às novas tecnologias de informação seria "um gesto vazio" e "nos colocaria fora da
realidade", Fidel propõe à
Uneac refletir a respeito das
"promessas" de um tipo de
vida dominado por internet,
DVDs e Facebook.
"Tudo que fortaleça eticamente a revolução é bom, tudo que a enfraqueça é mau",
prega Fidel, que a certa altura, e surpreendentemente,
critica o veto de um site na
Suécia, quando várias páginas são proibidas na ilha.
Quando assumiu, Raúl
prometera consultar o irmão
para todas as decisões importantes. Aparentemente,
se discorda das últimas medidas do governo, como a liberação da venda de computadores, DVDs e celulares, o Castro mais velho resolveu
não escrever sobre elas.
Embora também não comente as medidas, a Uneac
parece mais em sintonia com
os "ajustes". Elogia a convocação do governo Raúl ao debate, pede participação efetiva e diz que Cuba deve criar "novos consensos", absorvendo quem pensa diferente.
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