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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Secretário de Estado dos EUA afirma que país pode sofrer sanções caso não deixe de apoiar grupos extremistas

Powell exige compromisso da Síria com paz na região

DA REUTERS

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, chegou a Damasco ontem para discutir o apoio da Síria a grupos extremistas e outras políticas que, para os EUA, não cabem em um Oriente Médio em transformação.
Powell deverá se encontrar hoje com o presidente Bashar al Assad para enfatizar o argumento de Washington de que a derrubada de Saddam Hussein e uma possível retomada do processo de paz israelo-palestino criam uma "nova dinâmica estratégica" na região. "Os sírios estão preparados para ajudar enquanto avançamos com o processo de paz no Oriente Médio?", disse Powell a caminho de Damasco, vindo da Albânia.
"O que estou buscando são ações específicas por parte do governo sírio que reflitam o entendimento dessa nova situação."
Powell disse que Damasco deveria ter em mente que membros do Congresso americano ressuscitaram uma Lei de Responsabilização da Síria que ameaça impor sanções ao país e que algumas cláusulas sobre embargos da Lei Patriótica dos EUA de 2001 poderiam ser aplicadas a Damasco.
"Francamente, a Síria se daria muito melhor se se afastasse de algumas políticas do passado. Por que manter políticas que não têm mais a mesma relevância?", disse.
O chanceler sírio, Farouq al Shara, advertira Powell a não fazer exigências, dizendo que a Síria quer diálogo, e não ultimatos.
Esse é o primeiro giro de Powell pelo Oriente Médio em mais de um ano e um prelúdio para uma viagem mais longa na próxima semana que incluirá reuniões com os premiês de Israel, Ariel Sharon, e da Autoridade Nacional Palestina, Abu Mazen. Ele disse que os EUA estavam interessados em um acordo abrangente no Oriente Médio e que ouviriam o lado sírio sobre as colinas do Golã, ocupadas por Israel desde 1967.
As principais preocupações de Washington são o apoio da Síria ao grupo extremista Hizbollah e a grupos palestinos que se opõem a um novo plano de paz que os EUA -junto com União Européia, ONU e Rússia- apresentaram a israelenses e palestinos.
Analistas afirmam que o apoio da Síria a grupos extremistas será usado como barganha em troca da devolução das colinas do Golã.
A Síria integra a lista do que os EUA chamam de "Estados que patrocinam o terrorismo".


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