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Antes de deixar poder, esquerda divulga renda de italianos na internet
DO "FINANCIAL TIMES", EM ROMA
Num último ato da coalizão de esquerda que governa
a Itália antes de entregar o
país à administração de Silvio Berlusconi, na próxima
semana, o vice-ministro das
Finanças, Vincenzo Visco,
encarregado do combate à
sonegação fiscal, autorizou a
divulgação na internet de 38
milhões de declarações de
renda entregues desde 2005.
Queixas formuladas pela
agência de proteção à privacidade e por alguns grupos
representativos de consumidores levaram o site a ser
bloqueado na quarta-feira.
Mas já era tarde: os jornais já
tinham feito a festa com as
informações, que ainda estavam disponíveis ontem em
sites de partilha de arquivos.
Defensores de Berlusconi
criticaram Visco por fazer o
que consideraram o último
ato rancoroso de um governo prestes a deixar o poder.
Funcionários do Ministério das Finanças fizeram
pouco caso da crítica, observando que as informações já
estavam disponíveis anteriormente a qualquer pessoa
que as solicitasse. "É uma
questão de transparência e
democracia", disse Visco,
que proporcionou ao governo de Romano Prodi uma de
suas poucas vitórias ao recuperar bilhões de liras em impostos sonegados.
A opinião do vice-ministro
parece ter encontrado eco
entre muitos italianos. Uma
pesquisa on-line do maior
jornal diário italiano, o "Corriere della Sera", indicou que
55% das 62 mil pessoas que
responderam eram favoráveis à divulgação dos dados.
O humorista Beppe Grillo
criticou o governo por violar
a privacidade dos cidadãos.
Descreveu a divulgação dos
dados tributários como um
convite à Máfia para selecionar seus alvos.
Críticos de Grillo satirizaram o defensor dos oprimidos em seu próprio blog,
chamando a atenção para
sua fortuna declarada: 4,3
milhões (R$ 11,3 milhões).
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