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Síria é acusada de invasões e prisões sem ordem judicial
Só em Daraa, epicentro das revoltas, 450 jovens teriam
sido detidos; ditadura nega e diz que buscava "terroristas"
Estima-se que ao menos
560 tenham morrido na
repressão de Bashar
Assad a protestos que
começaram em março
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Forças de segurança do ditador da Síria, Bashar Assad,
estão invadindo casas e
prendendo centenas de pessoas sem mandado judicial
em várias cidades do país, de
acordo com ativistas e grupos de oposição ao regime.
A operação, que visa conter os protestos contra Assad
iniciados em meados de março, ocorre logo após a ocupação militar de Daraa, um dos
epicentros da revolta contra
a ditadura, no sul da Síria.
Em entrevista à agência
Reuters, o ativista Ammar
Qurabi afirmou que as forças
do ditador estão fazendo prisões arbitrárias com base em
listas de oposicionistas: "Nós
não sabemos quais são as
acusações. Ninguém sabe".
Testemunhas afirmam
que, só em Daraa, forças de
segurança retiraram de suas
casas 450 homens com menos de 40 anos. Além disso,
dois caminhões teriam recolhido os corpos de 68 pessoas
mortas na cidade desde que o
Exército a invadiu com tanques, na semana passada.
A agência de notícias Sana, estatal, alega que unidades do Exército fizeram uma
operação de busca a "terroristas que ameaçavam civis"
em Daraa, o que resultou em
dez mortes e cerca de 500 detenções. Dois membros das
forças do governo também
morreram, disse a agência.
O regime afirmou ainda ter
matado cinco atiradores; líderes dos protestos negam o
uso de armas. Há relatos de
que ativistas pró-democracia
foram presos também nas cidades de Qamishli e Raqqa,
no leste do país, e na periferia
de Damasco, capital síria.
A censura imposta pela ditadura de Assad à imprensa
estrangeira dificulta a verificação independente dos conflitos e do total de mortos.
PROTESTOS SEGUEM
Apesar das prisões e da escalada de violência contra os
manifestantes, que já deixou
ao menos 560 mortos desde o
início da revolta, protestos
foram registrados ontem e
anteontem em toda a Síria.
Em Homs, milhares de
pessoas marcharam anteontem gritando slogans contra
o regime. Em Rastan, no norte do país, houve protesto durante o funeral de 17 homens
mortos quando forças governistas atiraram contra manifestantes, na última sexta.
Bashar Assad governa o
país desde 2000, após ter
herdado o posto de seu pai,
Hafez, ditador desde 1971. O
partido dos dois, Baath, está
no poder desde 1963. A repressão aumentou depois
que o ditador anunciou o fim
do estado de emergência, há
cerca de duas semanas.
A rede de TV Al Jazeera pediu à Síria informações imediatas sobre o paradeiro da
jornalista Dorothy Parvaz,
39, desaparecida desde sexta, quando deixou o Qatar e
desembarcou em Damasco
para cobrir os conflitos.
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