São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2011

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Notório, terrorista viveu vários anos na obscuridade

JASON BURKE
DO "GUARDIAN"

Para os seus inimigos, não importa de que cor ou credo, ele era um fanático religioso, um terrorista responsável pela morte de milhares, um homem que levou a guerra e o sofrimento a uma ampla porção do mundo islâmico e esteve próximo de causar uma conflagração global em escala não vista há décadas.
Para seus partidários, cujo número atingiu um pico nos anos seguintes aos ataques de 11 de setembro de 2001, era uma liderança visionária que combatia tanto a agressão ocidental aos muçulmanos quanto a falta de fé e rigor de seus correligionários.
Notório, Osama bin Laden viveu por longo período na obscuridade e teve sua presença limitada a vídeos divulgados na internet.
O pai deixou o Iêmen para morar na saudita Jeddah por volta de 1930. Quando Osama nasceu, em 10 de março de 1957, o 17º de 52 filhos, o pai já era um magnata da construção que enriqueceu à base de contratos obtidos em conexões com a família real saudita -o maior foi o da reconstrução da mais sagrada mesquita islâmica, em Meca.
Criado num palácio em Jeddah, era um menino polido e religioso. O pai morreu num acidente de helicóptero quando ele tinha 11 anos. Embora seus irmãos tenham estudado fora, Osama foi um adolescente tímido e escolheu ficar na Arábia Saudita.
Em 1974, se casou com Najwa Ghanem, 14, sobrinha de sua mãe. Mais tarde, se radicou na paquistanesa Peshawar, a poucos quilômetros do Afeganistão.
Em meio à guerra contra os soviéticos no Afeganistão, se dedicou a arrecadar fundos. Nos anos seguintes, participou de batalhas que o tornaram conhecido. Foi aí que começou a cooperar com um egípcio mais velho, o médico Ayman al Zawahiri.
Mais tarde, eles e mais 14 asseclas criaram a Al Qaeda.
O olhar atento de Bin Laden para as relações públicas -e a sua compreensão do potencial da TV via satélite, novidade- resultaram em entrevistas exclusivas.
O 11 de Setembro foi planejado por Khaled Sheikh Mohammed, paquistanês nascido no Kuait. Naquele dia, Bin Laden estava nas colinas da Província de Logar, no leste do Afeganistão, quando soube, por um rádio de ondas curtas, do sucesso nos EUA.
Sua ideologia era uma resposta ao fracasso de muitos projetos utópicos anteriores. Foi atraente por algum tempo e para alguns, porém a maioria sempre soube que lhe faltava algo: o conceito do Deus misericordioso.
Bin Laden, 54, teve quatro mulheres e 19 filhos, um deles morto ao seu lado.


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