São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2011

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ANÁLISE

Com discurso na TV, Barack Obama sai à frente na disputa eleitoral de 2012

SÉRGIO DÁVILA
EDITOR-EXECUTIVO

Se os EUA não sofrerem novo ataque terrorista e se a economia americana continuar dando sinais de recuperação (dois grandes "se"), Barack Obama deve ser reeleito presidente em 2012.
Ao anunciar a captura e morte de Osama bin Laden na TV na noite de anteontem, o democrata anunciava também que a corrida pela Casa Branca já começou.
Em um discurso de 1.370 palavras, o norte-americano gastou menos de 300 para descrever a ação que resultou na morte do terrorista.
O resto foi mensagem política subliminar, que pode ser assim traduzida: os republicanos ficaram oito anos no poder e não conseguiram apanhar o mentor do 11 de Setembro; um democrata conseguiu em menos de três.
O discurso fala ao coração do eleitor que mais rapidamente abandonou o presidente após a vitória de 2008 e que mais resistência mostra em voltar a apoiá-lo, segundo pesquisas de opinião. É o eleitor de centro, sem o qual não se ganham eleições.
Obama vem perdendo essa fatia do público com as medidas polêmicas que tomou no começo de sua gestão, como a reforma da saúde, e com a demora do reaquecimento da economia.
O êxodo era reforçado pela visibilidade obtida recentemente pela ala mais radical da oposição, que acusa o democrata de enfraquecer o país no mundo com sua política externa frouxa. O discurso começava a "pegar" mesmo entre os mais moderados.
Desde anteontem, é provável que isso não ocorra mais.
E, diferentemente do que repetem analistas, o que move o eleitor não é só "a economia, estúpido" (frase popularizada pelo estrategista James Carville em 1992).
É o que afirma o estatístico Nate Silver, famoso pelo índice de acerto de suas previsões nas últimas eleições, em texto publicado ontem no site do "New York Times".
Após analisar pesquisas desde os anos 80, ele conclui que a avaliação geral de um presidente está mais fortemente ligada à avaliação de sua política externa que à avaliação da economia. Esse cálculo agrada ao Obama que surge pós-Osama.


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