São Paulo, Segunda-feira, 03 de Maio de 1999
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Harris programava e era fã de jogos violentos

especial para a Folha

Eric Harris era viciado em Internet. Em sua ficha de identidade na America On Line (provedor de acesso), afirmava que uma de suas principais ocupações era passar horas jogando Doom na Internet.
Uma coincidência macabra: esse jogo -um clássico praticado por milhões em todo o mundo- consiste em caminhar por diversos ambientes, armado até os dentes, atirando para matar quem quer que ouse aparecer à sua frente na tela do micro.
No seu site, o atirador de Littleton colocara à disposição um arquivo com uma fase do jogo concebida e programada por ele.
O jogo era acompanhado de instruções, também escritas por Harris. Nelas, ele explica que a história se passa em Phobos. Após matar os demônios que assolavam o planeta Terra, a nova missão do jogador é destruí-los nesse novo cenário e escapar. "Boa sorte, fuzileiros. E matem todos eles!!!", recomenda.
De início, os rumores nos grupos de discussão da rede de computadores diziam que Harris havia tomado por base os corredores do colégio Columbine como inspiração para o videogame.
A versão foi negada mais tarde por pessoas que jogaram a fase de Doom por ele elaborada -que continua disponível na Internet para "download" (transferência de arquivo por telefone de um micro para outro).
Após o massacre da escola Columbine, alguns internautas inventaram textos e arquivos que diziam ter sido feitos por Harris.
Muitos, por exemplo, preencheram cadastros na America On Line fazendo se passar pelo jovem do Colorado. No dia seguinte ao massacre, uma busca nesses cadastros pelas palavras "máfia do casaco" encontrava 22 registros. Duas horas mais tarde, a mesma procura já encontrava 29 "clones" de Eric Harris on line. (MS)


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