São Paulo, segunda-feira, 03 de junho de 2002

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NOVOS TEMPOS

Proposta que autoriza mães a interromper gravidez até 12º mês de gestação é aprovada com 72,2% dos votos

Referendo legaliza o aborto na Suíça

DA REDAÇÃO

A Suíça aprovou ontem em referendo a legalização do aborto, seguindo a tendência da maioria dos países europeus. Menos de 42% dos suíços participaram da votação. Desse total, 72,2% votaram a favor da proposta de deixar a cargo da mãe a decisão de interromper ou não a gravidez até a 12ª semana de gestação.
A lei suíça somente permitia o aborto se a saúde da mãe corresse perigo. No entanto, nenhum caso desse tipo foi registrado desde 1988. Estatísticas oficiais estimam que acontecem de 12 mil a 13 mil abortos ilegais todos os anos.
A ministra da Justiça, Ruth Metzler, disse que não esperava um resultado tão claro. O referendo recomeçou um debate entre ativistas antiaborto e a favor dele. Por toda a Suíça, há outdoors espalhados com a imagem de um bebê na barriga da mãe que diz: "Mamãe, obrigado por você não pôr um limite na minha vida".
Mas, apesar da adoção de interpretação liberal da lei atual (de 1942) depois do referendo, mulheres de alguns cantões (Províncias) suíços ainda terão de procurar médicos de outras regiões para abortar. Dois dos 26 cantões rejeitaram a proposta.
De acordo com a nova lei, médicos e mães ainda correm o risco de ficarem presos cinco anos se infringirem algumas condições. No sistema suíço de democracia direta, muitas mudanças na lei são votadas em referendos.
O aborto é aceito em quase toda a Europa Ocidental. O período legal de aborto é de dez semanas na França, na Itália, na Grécia, na Dinamarca e na Noruega; 12 semanas na Alemanha, Bélgica e Áustria e 22 semanas na Inglaterra, Espanha e Holanda. O aborto é proibido em Portugal, exceto em casos de estupro ou de risco de vida para a mãe, e na Irlanda.



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