ENVIADO ESPECIAL A LIMA

A pequena vantagem do ex-presidente Alan García sobre seu adversário na última semana, revelada pela simulação de voto do instituto Apoyo, fez surgir o temor entre os críticos de Ollanta Humala de que ele possa repetir o feito do ex-presidente Alberto Fujimori, em 1990.
Candidado-surpresa das eleições presidenciais daquele ano, o desconhecido agrônomo Fujimori chegou ao segundo turno contra o escritor Mario Vargas Llosa, o favorito dos meios de comunicação naquele ano.
Até os últimos dias de campanha, Vargas Llosa aparecia à frente nas pesquisas, embora, no final, a diferença tenha caído para cerca de quatro pontos percentuais. Mas, para surpresa do país, o vencedor foi Fujimori, com incríveis 62% contra somente 38% do seu adversário.
Para vários analistas, o fato de a simulação de voto ter encurtado a diferença entre os dois revela um voto oculto para Humala, o que deixa o resultado final imprevisível, sobretudo pelo que ocorreu em 1990. Outra coincidência é que, assim como Fujimori, o nacionalista tem a sua principal base no sul, com uma larga população rural.
Para Giovanna Peñaflor, diretora do instituto de opinião Imasen, o risco de as pesquisas errarem é muito menor do que em 1990. "As pesquisas melhoraram a cobertura das zonas rurais. Naquela época, ainda estávamos no tempo do terrorismo", disse à Folha. "Se houver voto escondido, não será da magnitude de 1990." (FM)


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