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REVOLUÇÃO ATRASADA
País é única nação industrializada a proibir o método
Pílula anticoncepcional deve ser liberada no Japão após 40 anos
das agências internacionais
O Japão decidiu liberar o uso da
pílula anticoncepcional. Quase 40
anos após ser lançado nos EUA, as
mulheres japonesas poderão usar
o método para evitar engravidar.
O Conselho Central de Farmacologia, órgão consultivo, recomendou ontem que a proibição seja retirada. O segundo passo é a aprovação da decisão pelo ministro da
Saúde, Sohei Miyashita.
Segundo membros do comitê, o
ministro deve anunciar a sua decisão, que deve seguir a recomendação do conselho, no prazo de um
mês. A pílula deve chegar às farmácias em dois ou três meses.
O Japão é o único país industrializado a proibir o uso da pílula para
evitar a gravidez. Algumas pílulas
são permitidas para controlar problemas menstruais.
Entre os motivos que impediam
a liberação da pílula no país estavam o temor de que sua adoção levasse à promiscuidade e de que
provocasse aumento das doenças
sexualmente transmissíveis. Também temia-se uma redução ainda
maior da taxa de filhos por mulher,
que hoje é de 1,5.
O governo japonês esteve a ponto de aprovar a pílula em 1965, mas
as autoridades afirmaram que não
havia certeza a respeito dos efeitos
colaterais do método.
Os movimentos feministas aumentaram as pressões pela aprovação da pílula em janeiro quando
o Viagra, a pílula azul contra impotência, foi liberada no país.
Segundo o Centro de Planejamento Familiar, o fato de a pílula
ser proibida no país é responsável
pelo grande número de abortos.
Em 1997, houve 338 mil abortos
provocados. Calcula-se que entre
20% a 30% dos casos de gravidez
resultem em aborto.
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