São Paulo, Quinta-feira, 03 de Junho de 1999
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REVOLUÇÃO ATRASADA
País é única nação industrializada a proibir o método
Pílula anticoncepcional deve ser liberada no Japão após 40 anos

das agências internacionais

O Japão decidiu liberar o uso da pílula anticoncepcional. Quase 40 anos após ser lançado nos EUA, as mulheres japonesas poderão usar o método para evitar engravidar.
O Conselho Central de Farmacologia, órgão consultivo, recomendou ontem que a proibição seja retirada. O segundo passo é a aprovação da decisão pelo ministro da Saúde, Sohei Miyashita.
Segundo membros do comitê, o ministro deve anunciar a sua decisão, que deve seguir a recomendação do conselho, no prazo de um mês. A pílula deve chegar às farmácias em dois ou três meses.
O Japão é o único país industrializado a proibir o uso da pílula para evitar a gravidez. Algumas pílulas são permitidas para controlar problemas menstruais.
Entre os motivos que impediam a liberação da pílula no país estavam o temor de que sua adoção levasse à promiscuidade e de que provocasse aumento das doenças sexualmente transmissíveis. Também temia-se uma redução ainda maior da taxa de filhos por mulher, que hoje é de 1,5.
O governo japonês esteve a ponto de aprovar a pílula em 1965, mas as autoridades afirmaram que não havia certeza a respeito dos efeitos colaterais do método.
Os movimentos feministas aumentaram as pressões pela aprovação da pílula em janeiro quando o Viagra, a pílula azul contra impotência, foi liberada no país.
Segundo o Centro de Planejamento Familiar, o fato de a pílula ser proibida no país é responsável pelo grande número de abortos. Em 1997, houve 338 mil abortos provocados. Calcula-se que entre 20% a 30% dos casos de gravidez resultem em aborto.


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