São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Impacto do resgaste deixa escândalos em segundo plano

DA REDAÇÃO

A libertação de 15 reféns acontece em um momento oportuno para o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que vê a emenda que proporcionou sua reeleição em 2006 ser questionada pela Justiça.
Ontem mesmo o governo havia anunciado que mandaria ao Congresso o projeto para o referendo cujo objetivo é repetir a eleição que deu o segundo mandato a Uribe. É uma maneira de o presidente dobrar o Judiciário usando sua enorme popularidade -mais de 80%. Mas a própria proposta, como os escândalos envolvendo Uribe e sua base apoio, tendem a se diluir e perder impacto.
"Legal ou ilegal, legítimo ou ilegítimo, tudo isso vai ficar em segundo plano", diz o colombiano Ariel Ávila, analista da Fundação Novo Arco-Íris.
A relação de Uribe com o Judiciário, que não era boa, piorou com as denúncias de compra de votos para aprovar a emenda da reeleição. Na semana passada, a ex-senadora Yidis Medina foi condenada pela Corte Suprema a quatro anos de prisão domiciliar, por ter recebido promessa de benesses do governo em troca do seu voto na comissão parlamentar que aprovou a emenda.
Antes, Uribe já se via acossado pela parapolítica. Cerca de 60 congressistas de sua base, incluindo um primo e colaborador, são investigados por envolvimento com milícias de direita cujas atividades ilícitas incluem chacinas e narcotráfico.
"É verdade que a popularidade de Uribe não tem muito mais o que subir, mas setores que eram críticos com respeito à parapolítica e outras questões vão começar a olhá-las com outros olhos", diz Markus Schultze-Kraft, do Crisis Group.
Ironicamente, a única figura política que faz frente a Uribe em termos de popularidade é Ingrid. Ela tem 71% de aprovação, segundo pesquisa de março do Gallup. Ela diz que será candidata a presidente, enquanto partidários de Uribe recolhem assinaturas para um terceiro mandato dele. (FM)


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