São Paulo, Sábado, 03 de Julho de 1999
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VÍTIMA DO REGIME MILITAR
Saiba mais sobre o caso Letelier

da Redação

Ex-chanceler e embaixador chileno em Washington durante o governo do presidente Salvador Allende (derrubado por um golpe militar em 73), Orlando Letelier trabalhava em um centro de pesquisas dos EUA e liderava uma campanha internacional contra o general Augusto Pinochet quando foi assassinado.
Letelier foi morto com Ronnie Moffitt, sua assessora norte-americana, quando uma bomba explodiu sob seu carro, em 21 de setembro de 1976.
Poucos dias antes da morte de Letelier, a junta militar chilena havia tirado sua nacionalidade, devido às críticas que fazia.
O governo dos EUA conseguiu, em 1978, a extradição de um dos implicados, o norte-americano Michael Townley, que trabalhava para a Dina (Dirección de Inteligencia Nacional), serviço secreto chileno.
Towney confessou ter colocado a bomba e acusou os militares chilenos Fernandez Larios, Manuel Contreras e Pedro Espinoza de envolvimento no crime.
Em 1978, Santiago negou aos EUA um pedido de extradição dos três militares. Como represália, a Casa Branca decretou um embargo militar contra o Chile.
O ex-major do Exército e ex-agente da Dina Fernandez Larios foi condenado por cumplicidade no assassinato.
"Pinochet ainda não está sendo acusado, mas essa possibilidade existe", disse, na época, Barrington Parker, juiz que inquiriu Larios.
Segundo Larios, sua participação no assassinato se limitou a uma viagem a Washington para recolher informações sobre os hábitos do ex-chanceler.
Larios também incriminou o general Manuel Contreras, ex-comandante da Dina, e o coronel Pedro Espinoza, confirmando a versão de Michael Townley.
Contreras negou participação no crime e disse que a CIA (serviço secreto dos EUA) era responsável pela morte de Letelier.
Em maio de 95, Contreras e Espinoza foram condenados pela Corte Suprema chilena como autores intelectuais do assassinato.


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