UOL


São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Para Bush, Mazen precisa de mais tempo para combater terror; forças palestinas detêm militantes em QG de Arafat

EUA diminuem pressão sobre palestinos

STEVEN R. WEISMAN
DO "NEW YORK TIMES"

O governo do presidente dos EUA, George W. Bush, tem diminuído as pressões para que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) desmantele imediatamente grupos extremistas por considerar que as forças de segurança palestinas estão debilitadas demais para realizar uma ação rápida, informaram ontem altos funcionários do governo americano.
Segundo esses funcionários, o resultado dessa avaliação é a aceitação do cessar-fogo que o premiê da ANP, Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, negociara com grupos militantes.
Em junho, quando o cessar-fogo foi negociado, a importância do acordo foi minimizada por Israel e pelos EUA. Com a redução nas últimas semanas dos ataques contra Israel e com o aparente crescimento do apoio a Mazen, os americanos mudaram de tom.
"Ambos os lados agora consideram o cessar-fogo uma boa idéia, e o ceticismo inicial de Israel tem mudado", afirmou um alto funcionário do governo americano.
Segundo esse funcionário, uma das vantagens do cessar-fogo foi dar tempo para que Mazen organize suas forças de segurança.
O cessar-fogo está previsto para durar apenas três meses. Os EUA estão exigindo que Israel melhore as condições dos territórios palestinos para que haja uma grande pressão popular em favor da ampliação da duração do acordo por pelo menos mais três meses.
Nesse período, dizem os funcionários, planeja-se o repasse de US$ 300 milhões em ajuda para a ANP por intermédio da CIA (serviço secreto americano), destinados a recuperar cadeias, equipamentos de comunicação e veículos destruídos nos últimos dois anos pelo Exército israelense.
Os funcionários, que falaram na condição de anonimato, disseram que a avaliação dos EUA sobre o cessar-fogo foi discutida nos encontros de Bush com o premiê de Israel, Ariel Sharon, e com Mazen.
O ponto de atrito com Israel é a insistência do governo de Sharon de que não pode dar os passos desejados pelos EUA sem que a forças de Mazen tomem antes mais passos contra os extremistas.

Prisões
Forças de seguranças palestinas prenderam ontem entre 17 e 20 militantes palestinos dentro do complexo administrativo do presidente da ANP, Iasser Arafat, em Ramallah, na Cisjordânia.
Eles pertencem ao Fatah, partido de Arafat e de Mazen, e ao grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, ligado ao Fatah.
Segundo a agência Associated Press, Arafat pediu que os militantes deixassem o complexo, mas a maioria se recusou e foi confinada em uma sala.
Logo depois da prisão, as Brigadas de Al Aqsa anunciaram que irão abandonar o acordo de cessar-fogo, informou a agência France Presse. "Ordenamos a reativação por todos os lados de nossos ataques, especialmente as operações de mártires", afirma o grupo, em um comunicado.
Também ontem, Israel determinou a remoção de seis assentamentos na Cisjordânia e a retirada de seus moradores, como parte do novo plano de paz.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Após anos de repressão, maioria das afegãs ainda prefere vida encoberta
Próximo Texto: Panorâmica - Tráfego aéreo: EUA proíbem conexão no país sem visto
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.