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ELEIÇÃO NOS EUA
"Atingimos terroristas em outros países para não enfrentá-los em casa", diria presidente no final de convenção
Bush enfatiza liderança contra o terror
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
O presidente dos EUA, George
W. Bush, repetiria ontem a mensagem do "conservadorismo com
compaixão" e a da "liderança na
guerra contra o terror", no discurso de encerramento da Convenção Nacional Republicana, em
Nova York, encontro realizado
para oficializar sua candidatura
ao segundo mandato.
Reservando para si um tom
"positivo" e de "esperança", Bush
não se envolveria com os pesados
ataques feitos contra seu adversário, o democrata John Kerry, durante a convenção.
"Concorro à Presidência com
um plano claro e positivo de construir um mundo mais seguro e
uma América com mais esperança. Concorro com uma filosofia
de "conservadorismo com compaixão'", diria o presidente.
Boa parte do pronunciamento
se concentraria nos "avanços" da
guerra ao terror e nos "perigos"
que os terroristas ainda representam à população dos EUA.
"Combatemos terroristas ao redor do mundo não com orgulho
ou por poder, mas porque a vida
dos nossos cidadãos está em risco", afirmaria. "Estamos atingindo terroristas em outros países
para que não tenhamos de enfrentá-los em casa."
Bush voltaria a dizer que os
EUA serão bem-sucedidos no Iraque. "Trabalhamos no avanço da
liberdade no Oriente Médio porque a liberdade trará um futuro
de esperança e a paz que todos
queremos. Nós vamos vencer."
Sem citar Kerry, Bush afirmaria:
"Esta nação quer uma liderança
coerente, estável e com princípios". E citaria, com menos ênfase, economia, saúde e educação.
Nas últimas semanas, o ritmo
da recuperação econômica americana diminuiu. Com 2,6 milhões de vagas perdidas em seu
mandato, Bush seria defendido,
antes de discursar, pelo governador republicano de Nova York,
George Pataki.
"O presidente herdou uma recessão e disse que iria melhorar
nossa economia. E ele fez isso."
Pataki se põe ao lado do vice-presidente, Dick Cheney, que atacou duramente Kerry na noite anterior. "O senador Kerry diz: "A
América deveria ir à guerra não
quando quer, mas quando precisa". Com licença, senador: os
bombeiros e policiais que morreram no 11 de Setembro são heróis
de uma guerra que eles nem sabiam que existia."
Levantamento do "New York
Times" nos três primeiros dias da
convenção mostrou que os republicanos citaram 86 vezes, sempre
negativamente, o nome de Kerry
em todos os discursos realizados.
Durante a convenção democrata,
em Boston, em julho, Bush foi citado somente em 19 ocasiões.
Já a palavra "empregos" apareceu 127 vezes nos três primeiros
dias da convenção democrata. Na
republicana, apenas 28 vezes.
Em editorial ontem, o "Times"
condenou a atitude dos dois partidos. "Até agora, esta campanha
tem sido de uma monumental
simplicidade mental; os candidatos começam o dia nos dizendo
como esta é a mais importante
eleição da história do planeta, e
depois aproveitam o resto de suas
horas para ficar trocando tiros."
A 60 dias do pleito, Bush e Kerry
começam hoje uma maratona de
viagens e de exibição de comerciais de TV em dezenas de Estados onde estão concentrados os
eleitores indecisos.
Pesquisas mostram que, entre
os que já tomaram a decisão de
voto, há uma divisão ao meio.
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