São Paulo, sexta, 3 de outubro de 1997.



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NARCOTRÁFICO
Congresso investiga presidente
Samper pode enfrentar novo processo

das agências internacionais

O presidente da Colômbia, Ernesto Samper, pode enfrentar um novo processo ante o Congresso devido a seus supostos contatos com o cartel de Cali, informaram membros da Justiça do país.
Segundo as fontes, a Procuradoria Geral do país enviou denúncia contra Samper ao Comitê de Acusações da Câmara dos Deputados. O presidente é acusado de, em 1991, quando era ministro do Desenvolvimento Econômico, ter usado seu cargo para levantar fundos para aliados políticos.
Membros da Justiça colombiana e o jornal "El Tiempo" disseram que parte dos fundos levantados vieram de companhias de fachada do cartel de Cali, uma das principais organizações de narcotraficantes do país.
O chefe do Comitê de Acusações não confirmou as acusações e afirmou que o presidente é investigado apenas por malversação de verbas públicas. Fontes citadas pela agência de notícias "Reuter", porém, afirmaram que as investigações são mais amplas.
Samper sempre negou ter mantido contatos com membros do cartel de Cali. Em 1996, o presidente conseguiu derrubar no Congresso, dominado por deputados aliados ao governo, um pedido de impeachment. A tentativa de depor Samper iniciou-se depois que este foi acusado de haver recebido US$ 6 milhões do narcotráfico para financiar sua campanha à Presidência em 1994.
As novas acusações foram feitas com base no testemunho de César Villegas, ex-diretor do time de futebol Santa Fe, de Bogotá, detido no ano passado devido a acusações de ligação com o narcotráfico.
Villegas teria ajudado Juan Fernando Cristo, secretário pessoal de Samper em 1991 e, atualmente, embaixador da Colômbia na Grécia, a captar recursos ilegais para financiar campanhas eleitorais.
Samper, que foi notificado formalmente das acusações no início desta semana, não fez qualquer declaração sobre o assunto.
Seu advogado, Luis Guillermo Nieto, afirmou que "até agora não foram abertas investigações formais". "Trata-se de uma investigação preliminar que a Comissão de Acusações deve fazer obrigatoriamente", disse. Segundo Guillermo Nieto, o órgão deve decidir depois se dará prosseguimento às investigações.



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